MS se prepara para enfrentar a pior seca da história no Pantanal
Atuação de aviões agrÃcolas contra focos de incêndio será uma das estratégias
Por redação com informações da assessoria de imprensa | Agrofy News
Na semana passada, diante da estiagem, o Governo do Mato Grosso do Sul decretou situação de emergência ambiental.
O estado, porém, sabe que não será o bastante. Isto porque o Mato Grosso do Sul se encontra diante da iminência da pior seca já registrada na história do Pantanal em 2024.
Essa situação é resultado da combinação de diversos fatores, incluindo uma estiagem severa nos rios da região, que deveriam estar alimentando a Bacia do Pantanal neste momento. Além disso, a expectativa do fenômeno La Niña aumenta a probabilidade de chuvas abaixo da média no Centro-Oeste do País.
De acordo com a ONG Ecoa – Ecologia e Ação, a seca afeta toda a planície pantaneira, sendo especialmente grave na região de Ladário, onde a régua da Marinha registrou apenas 1,12 metro na segunda-feira (15), uma marca 72 centímetros abaixo do nível de seca observado em 2020, até então considerado o pior em meio século.
É importante destacar que em anos anteriores, como 2020 e 2021, o Pantanal foi amplamente afetado por incêndios devastadores.
Em 2020, a aviação agrícola brasileira realizou mais de 6,8 mil lançamentos de água para combater os focos de incêndio no Pantanal, no Cerrado nordestino e outras áreas, além de proteger lavouras no Centro-Oeste. Segundo dados do Sindicato Nacional das Empresas de Aviação Agrícola (Sindag), foram despejados mais de 10,8 milhões de litros de água para conter as chamas.
Em 2021, o Pantanal voltou a ser destaque internacional devido aos incêndios, exigindo novamente a atuação da aviação agrícola.
Atuação
Em resposta a essas emergências, o governo contratou uma nova empresa de aviação agrícola para auxiliar nas operações, apesar de já possuir dois aviões próprios para essa finalidade.
Em 2021, a aviação agrícola brasileira desempenhou um papel crucial, lançando 19,5 mil litros de água para combater incêndios em todo o país, realizando 10,9 mil manobras de ataque às chamas e prestando apoio direto aos brigadistas em solo, além de combater incêndios em áreas remotas.
MT: Inteligência artificial contra desmatamento químico
O Mato Grosso vai passar a usar inteligência artificial para evitar que ocorra casos de desmatamento químico, como o detectado na Operação Cordilheira, deflagrada pela Polícia Civil neste mês de abril.
Nesta semana, estourou o caso do empresário Claudecy Oliveira Lemes, que foi apontado como responsável pelo maior crime ambiental da história do Mato Grosso e, por isso, soma multas na casa dos R$ 2,8 bilhões.
Ele foi alvo da Operação Cordilheira que apurou o desmatamento ilegal de 80 mil hectares com produtos químicos no bioma do Pantanal, que é Patrimônio Natural da Humanidade pela sua biodiversidade.
Segundo o governador do MT, Mauro Marques, os sistemas do estado não estavam configurados para a detecção de casos de desmatamento químico, como ocorreu.
“Mas já tomamos as providências e eles estarão preparados em breve, usando de inteligência inicial para detecção de qualquer alteração no bioma, não só na forma histórica e tradicional, de desmatamento com máquinas, mas também nesses casos de desmatamento químico", afirmou.
O governador afirmou que os esforços do estado precisam ser somados à leis mais duras, reiterando a defesa pelo perdimento da terra em casos de crimes ambientais como o desmatamento ilegal.
"Não é possível imaginar que nós possamos continuar convivendo com velhos problemas. Mato Grosso investe, todos os anos, mais de R$ 70 milhões para combater desmatamento e queimadas ilegais. Precisamos deixar de conviver naturalmente com velhos problemas e trazer medidas novas, disruptivas, que às vezes assustam, mas são necessárias para romper com esse velho paradigma", apontou.
Cooperação MT e MS
Ontem, os governos de MS e MT se uniram para enfrentar desmatamento no Pantanal e assumira compromisso de ações compartilhadas. Eles firmaram um acordo de cooperação técnica.
Entre os compromissos firmados estão: a construção de um plano integrado de prevenção e controle de desmatamento e queimadas, com o alinhamento às leis estaduais, às ações de monitoramento compartilhadas e ao fomento da produção sustentável no Pantanal.
O termo de cooperação, que terá apoio do Governo Federal, técnica firmado entre os estados que integram o bioma do Pantanal tem vigência de cinco anos. Os estados constituirão um grupo de trabalho interestadual que será responsável por debater e criar modelos de políticas públicas que possam ser implementadas.