Produção de etanol dispara 17% em Mato Grosso
Inovação e coprodutos impulsionam desempenho e fortalecem o setor

A produção de etanol em Mato Grosso registrou um salto de 17,09% na safra 2024/25, totalizando 6,70 bilhões de litros, segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), encomendados pela Associação das Indústrias de Bioenergia de Mato Grosso (Bioind-MT).
O estado se mantém como o segundo maior produtor do país, atrás apenas de São Paulo.
O desempenho mato-grossense superou com folga a média nacional, que teve crescimento de 3,65%. Entre os cinco maiores produtores, Mato Grosso liderou em avanço percentual, à frente de Mato Grosso do Sul (+8,67%) e Goiás (+2,63%). Já São Paulo, mesmo mantendo a liderança com 13,64 bilhões de litros, teve retração de 1,79%.
A média mensal de produção no estado ultrapassou 500 mil metros cúbicos, com predominância de etanol hidratado (66,55%) sobre o anidro (33,45%).
“Mato Grosso é hoje o principal motor de expansão da bioenergia no Brasil. O estado cresce com base em inovação, eficiência e sustentabilidade”, afirma Giuseppe Lobo, diretor-executivo da Bioind-MT.
Etanol de Milho Impulsiona Crescimento
O principal vetor desse avanço foi o etanol de milho, cuja cadeia produtiva mantém forte ritmo de expansão. A moagem do grão aumentou 23,65%, passando de 10,11 milhões para 12,50 milhões de toneladas. Com isso, a produção de etanol de milho cresceu 23,77%, atingindo 5,62 milhões de metros cúbicos.
A expansão também se refletiu nos coprodutos: a produção de DDG/DDGS subiu 28,28%, alcançando 2,72 milhões de toneladas, enquanto a produção de óleo de milho aumentou 29,92%, chegando a 257,50 mil toneladas.
Por outro lado, a produção de etanol a partir da cana-de-açúcar apresentou retração. A moagem caiu 2,37% (17,26 milhões de toneladas), e a produção de etanol recuou 8,63%, totalizando 1,08 milhão de m³. Em contrapartida, a produção de açúcar aumentou 6,21%, com 571,12 mil toneladas processadas.
“A indústria de etanol de milho tem demonstrado consistência em sua trajetória de crescimento, integrando-se ao agro mato-grossense com ganhos de escala, tecnologia e sustentabilidade”, reforça Lobo.
Projeções para a safra 2025/26
Para a próxima safra, as projeções da Bioind-MT e do Imea apontam nova alta na moagem de milho, que pode chegar a 13,3 milhões de toneladas (+6,53%), elevando a produção de etanol de milho para 5,98 milhões de m³ (+6,32%). Também são esperados aumentos de 6,70% na produção de DDG/DDGS e de 1,97% no óleo de milho.
No caso da cana, a expectativa é de estabilidade na moagem (+0,12%), com aumento de 4,25% na produção de açúcar e queda de 2,10% na de etanol.
A longo prazo, mantido o ritmo atual, a moagem de milho no estado pode superar 80 milhões de toneladas em dez anos, com produção de etanol acima de 14 milhões de m³ — consolidando a vocação energética de Mato Grosso.
“Estamos diante de uma trajetória consistente de crescimento e diversificação. O setor de bioenergia em Mato Grosso está preparado para ampliar sua contribuição à transição energética brasileira e ao desenvolvimento sustentável”, conclui Lobo.
A Bioind-MT representa 12 indústrias de bioenergia em Mato Grosso, com atuação na produção de açúcar, etanol, biogás, biometano e energia de biomassa.
Fundada em 1985, a entidade promove políticas de investimento, monitora dados de mercado e busca fortalecer a competitividade do setor com responsabilidade ambiental, social e econômica.
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