Está bom ou quer mais? Câmara pode aumentar número de deputados federais

Projeto tramita em regime de urgência e responde à decisão do STF que cobra redistribuição das cadeiras

Está bom ou quer mais? Câmara pode aumentar número de deputados federais
Ilustrativa

STF determinou que Congresso atualize número de deputados por UF. (Vinicius Loures / Câmara dos Deputados)

Câmara dos Deputados incluiu na pauta desta semana o Projeto de Lei Complementar (PLP) 177/2023, que prevê o aumento no número de deputados federais. Um requerimento de urgência foi apresentado para acelerar a tramitação da proposta.

projeto é uma resposta à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), que determinou que o Congresso Nacional aprove até 30 de junho uma nova lei para redistribuir o número de cadeiras da Câmara com base na proporção populacional de cada unidade da federação.

decisão do STF atende a uma ação movida pelo governo do Pará, que alegou omissão do Legislativo em atualizar a composição da Câmara conforme o crescimento populacional.

estado argumenta que teria direito a mais quatro deputados desde 2010. A atual distribuição das 513 cadeiras foi definida em 1993.

 

A Constituição Federal, em seu artigo 45, estabelece que o número de deputados deve ser definido por lei complementar, proporcionalmente à população, com ajustes realizados no ano anterior às eleições. Nenhum estado pode ter menos de oito ou mais de setenta deputados.

Caso o Congresso não vote a atualização até o prazo determinado, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) poderá fixar o número de representantes por estado até 1º de outubro de 2025, com base nos dados do Censo de 2022. A nova composição valerá para a legislatura que começa em 2027.

Proposta proíbe perda de cadeiras e prevê aumento

O PLP 177/2023, de autoria da deputada Dani Cunha (União-RJ), estabelece que nenhum estado poderá perder representação e veda a redução do total de deputados abaixo dos atuais 513. Com isso, a redistribuição só poderia ocorrer por meio do aumento no número total de parlamentares.

“Se necessário, deveremos aumentar o número de deputados da nossa Câmara, que, mesmo se ocorrer em cerca de 3%, em nada significará, levando em conta um aumento de população e de eleitores, em média no país, superior a 240% [entre 1994 e 2022]”, afirma a deputada no relatório.

Críticas ao Censo de 2022

Apesar de a decisão do STF determinar que a redistribuição seja baseada no Censo de 2022, o projeto propõe um novo recenseamento com participação compulsória das famílias. A justificativa é que o levantamento mais recente apresentaria falhas.

“O censo trouxe várias inconsistências que prejudicaram alguns estados e muitos municípios. Não parece crível, a quem vive no Rio de Janeiro, a redução da população em determinadas áreas do Estado, onde sabemos das dificuldades de acesso à população real, em função do domínio das áreas mais carentes”, argumenta a autora. 

O relator da proposta é o deputado Damião Feliciano (União-PB), que poderá sugerir mudanças no texto original.

FONTE: AgrofyNews
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