Negociações da soja esfriam no Brasil, apesar de exportações em alta
Disparidade entre ofertas e pedidos trava mercado interno; vendedores apostam em demanda externa mais forte nos próximos meses

Mesmo com exportações em ritmo acelerado, o mercado interno de soja em grão no Brasil segue travado neste início de maio. Segundo o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), as negociações estão lentas, refletindo a disparidade entre os preços oferecidos pelos compradores e os valores pedidos pelos vendedores.
Do lado da demanda, o clima é de cautela. Compradores estão atentos à queda nas cotações internacionais e aos prêmios de exportação em baixa, o que reduziu a paridade de exportação brasileira, dificultando fechamentos no mercado físico. Além disso, o cenário global é de oferta robusta, com safra recorde no Brasil e aumento da disponibilidade na Argentina, o que pressiona os preços.
Já os produtores e vendedores mantêm a estratégia de aguardar melhores oportunidades. O principal argumento é o desempenho positivo das exportações em abril, que somaram 15,27 milhões de toneladas, segundo dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex). O volume representa alta de 4,2% em relação a março e também 4,2% acima do exportado no mesmo mês de 2024, sendo o terceiro maior patamar mensal da história brasileira, atrás apenas de junho de 2023 e abril de 2021.
Apesar do bom desempenho geral, os embarques para a China recuaram 3% de março para abril, o que acendeu um sinal de atenção no setor. Ainda assim, a expectativa entre os vendedores é de que a demanda externa volte a ganhar força nas próximas semanas, sustentando as cotações no médio prazo.
Enquanto isso, o impasse entre oferta e demanda mantém o mercado doméstico desaquecido, com poucos negócios sendo fechados. A tendência é que a comercialização volte a ganhar fôlego caso haja melhora nos prêmios de exportação ou nova valorização do dólar frente ao real.
Com informações do Cepea
Hits: 51
Comentários (0)
Comentários do Facebook