Com soja e milho, Transnordestina inicia neste mês fase de testes

Operação comissionada vai transportar grãos e calcário entre Piauí e Ceará; investimento total soma R$ 15 bilhões

Com soja e milho, Transnordestina inicia neste mês fase de testes
Ilustrativa

Primeira etapa da ferrovia já tem 76% de avanço físico e deve conectar 1.061 km entre Ceará, Pernambuco e Piauí até 2027

07deOutubrode2025ás14:40

Aguardada pelo agro há mais de uma década, a ferrovia Transnordestina inicia neste mês sua fase de testes, marcando um passo decisivo para o escoamento de produtos do semiárido.

Durante o período de operação comissionada, serão realizados os primeiros transportes de cargas, como soja, milho, farelo de soja e calcário, no trecho entre Bela Vista do Piauí (PI) e Iguatu (CE).

A primeira fase das obras já atingiu 76% de avanço físico, com seis lotes em execução e dois ainda pendentes de contratação

Desde 2023, os recursos para financiamento da ferrovia são captados pela Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros (SNFI), vinculada ao Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR).

A conclusão de 19 estações, interligando Ceará, Pernambuco e Piauí, será viabilizada com investimento total de R$ 15 bilhões, sendo R$ 4,4 bilhões provenientes do Governo Federal.

Um aporte de R$ 3,6 bilhões do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE) integra o termo aditivo assinado em 2024, que prevê desembolsos de até R$ 1 bilhão até 2027, prazo estimado para a conclusão da primeira fase.

Conexão com outras ferrovias 

A entrega dos 1.061 km iniciais permitirá a integração com outros corredores logísticos.

Segundo o secretário Eduardo Tavares, a chegada da Transnordestina ao Porto do Pecém (CE) abrirá novas oportunidades para ampliação da malha ferroviária.

“A partir do momento que essa ferrovia chegar ao Porto do Pecém, ela ganhará uma nova escala, e, inclusive, mais oportunidades para viabilizarmos outras expansões — como é o caso do Porto de Suape, em Pernambuco, e uma interligação com a Ferrovia Norte-Sul”, exemplificou.

Terminais logísticos

Um dos diferenciais estratégicos do projeto é a criação de seis terminais logísticos ao longo dos 1.750 km da ferrovia.

Entre eles, o Terminal Intermodal do Piauí e o Terminal Logístico de Iguatu (CE) já estão em construção. Os demais terão localização definida conforme o avanço das obras.

Impacto econômico e social

Tavares também destacou que a Transnordestina será um vetor de integração econômica e social no Nordeste, em sinergia com outras obras do MIDR, como a Transposição do Rio São Francisco e projetos de irrigação e segurança hídrica. 

“A Transnordestina passa também por essa região, no coração do semiárido, onde esperamos um crescimento estimado anual de R$ 7 bilhões. Será muita transformação”, afirmou.