Demanda externa aquece mercado e arroba do boi reage em outubro

Safras & Mercado aponta valorização de até 6,9 porcento nas principais praças pecuárias do país

Demanda externa aquece mercado e arroba do boi reage em outubro
Ilustrativa

O mercado brasileiro de boi gordo  chega ao final de outubro com um cenário de valorização nos preços da arroba, em meio a uma perspectiva bastante promissora das exportações.

Segundo o analista de Safras & Mercado, Fernando Iglesias,  o menor posicionamento das escalas de abate e o aquecimento na demanda contribuíram para esse movimento, especialmente no Centro-Norte do Brasil. 

Em São Paulo, contudo, a arroba reagiu apenas na última semana de outubro, após permanecer estagnada em grande parte do mês.

Para o mês de novembro, com embarques ainda aquecidos e a perspectiva de melhor demanda no cenário doméstico oferecem uma perspectiva de alta nos preços da arroba.

Como ponto de atenção, entretanto, Iglesias sinaliza a investigação conduzida por parte da China ao Brasil, que pode impor salvaguardas sobre os embarques de carne bovina.

Os preços da arroba do boi gordo na modalidade a prazo nas principais praças de comercialização do Brasil estavam assim no dia 30 de outubro:

São Paulo (Capital) – R$ 320,00 a arroba, alta de 6,67% frente aos R$ 300,00 praticados no final de setembro.

Goiás (Goiânia) – R$ 310,00 a arroba, avanço de 6,9% frente aos R$ 290,00 registrados no encerramento do mês passado.

Minas Gerais (Uberaba) – R$ 305,00 a arroba, aumento de 5,17% frente aos R$ 290,00 registrados no fechamento de setembro.

Mato Grosso do Sul (Dourados) – R$ 330,00 a arroba, alta de 2,17% ante os R$ 323,00 registrados no final do mês passado.

Mato Grosso (Cuiabá) – R$ 305,00 a arroba, acréscimo de 3,39% em relação aos R$ 295,00 praticados no fechamento de setembro.

Rondônia (Vilhena) – R$ 290,00 a arroba, valorização de 6,23% em relação aos R$ 273,00 praticados no encerramento do mês passado.

Atacado

O mercado atacadista se deparou com preços firmes ao longo de outubro, em meio à melhor reposição entre o atacado e o varejo, segundo Iglesias.

O analista acrescenta ainda que a incidência do décimo terceiro salário, a criação de postos temporários de emprego, somado as confraternizações de final de ano levam a maior circulação de dinheiro na economia, podendo favorecer um incremento na demanda por carne bovina.

O quarto do traseiro do boi foi cotado a R$ 25,05 o quilo, aumento de 8,91% frente ao valor praticado no encerramento de setembro, de R$ 23,00 o quilo. Já o quarto do dianteiro do boi foi vendido por R$ 18,20 o quilo, avanço de 7,06% frente ao valor registrado no final do mês passado, de R$ 17,00 o quilo.

Exportações

As exportações de carne bovina fresca, congelada ou refrigerada do Brasil renderam US$ 1,527 bilhão em outubro até o momento (18 dias úteis), com média diária de US$ 84,880 milhões. A quantidade total exportada pelo país chegou a 276,492 mil toneladas, com média diária de 15,360 mil toneladas. O preço médio da tonelada ficou em US$ 5.525,80. 

Em relação a outubro de 2024, houve alta de 48,2% no valor médio diário da exportação, ganho de 25,0% na quantidade média diária exportada e avanço de 18,5% no preço médio. Os dados foram divulgados pela Secretaria de Comércio Exterior.