Após destruição, Paraná se prepara para mais chuva e risco de granizo
Temporais deixaram casas destelhadas, lavouras danificadas e milhares de pessoas desalojadas em diversas regiões do Estado
Após um fim de semana de caos e destruição, o Paraná volta a ficar em alerta para temporais. O Sistema de Tecnologia e Monitoramento Ambiental do Paraná (Simepar) emitiu um novo aviso para a ocorrência de chuvas intensas, ventos fortes e granizo nos próximos dias.
A partir desta quarta-feira (5), as condições atmosféricas voltam a se tornar instáveis, com alto risco de tempestades localmente severas, sobretudo na sexta-feira (7), quando o cenário deve se agravar.
Segundo o Simepar, o Noroeste e o Oeste devem amanhecer com tempestades já nesta quarta, que avançam para outras regiões ao longo do dia e tendem a perder força gradualmente.
Nessas áreas, há risco de chuva intensa em curto período, rajadas fortes de vento, descargas elétricas e granizo pontual.
Na quinta-feira (6), o tempo deve ficar mais estável, com chuvas ocasionais em pontos isolados.
A situação mais crítica é esperada para sexta-feira (7), quando a aproximação de uma frente fria impulsionada por um sistema de baixa pressão deve intensificar novamente as tempestades em todo o Estado, com potencial para ventos acima de 70 km/h, granizo e chuva volumosa, especialmente no Sudoeste, Oeste e Norte.

Balanço dos estragos e ações emergenciais
Os alertas vêm após uma sequência de temporais no último fim de semana, com rajadas de 95 km/h em Cornélio Procópio e 91 km/h em Santo Antônio da Platina, segundo o Simepar.
Houve também registros de granizo em municípios como Jandaia do Sul, Mandaguari, Cianorte, Mandaguaçu, Entre Rios do Oeste, Planalto e Campo Mourão.
Em alguns locais, o volume de chuva superou quase toda a média esperada para o mês — Santa Helena registrou 138 milímetros.
Até esta terça-feira (4), a Defesa Civil estadual contabilizava ocorrências em 36 municípios, com cerca de 10 mil pessoas afetadas, 1.776 desalojadas e 100 desabrigadas. No total, 5.984 residências sofreram danos por enxurradas, vendavais e granizo.

Para agilizar o atendimento aos atingidos, o governador Carlos Massa Ratinho Junior autorizou o repasse de R$ 50 milhões do Tesouro Estadual ao Fundo Estadual para Calamidades Públicas (Fecap).
O governo estadual, por meio da Defesa Civil, distribuiu 6,8 mil telhas, além de cestas básicas e kits de higiene, limpeza e dormitório. O órgão mantém 100 mil telhas em estoque e vai adquirir mais 50 mil unidades para reforçar o atendimento.
Impactos no agro e medidas de apoio
Os temporais também atingiram o setor agropecuário. Segundo o Sistema FAEP, ao menos 38 municípios registraram danos em lavouras, aviários e estruturas de armazenagem.
Em Itambé, no Noroeste do Estado, mais de 10 mil hectares de área produtiva foram danificados.
“O nosso produtor rural já vinha com uma situação difícil por conta dos sucessivos eventos climáticos dos últimos anos, que impactam diretamente na produção e renda no meio rural. Diante do recente acontecimento, precisamos de ações rápidas e eficientes para que os agricultores e pecuaristas que registraram perdas possam renegociar suas dívidas”, destacou o presidente interino da FAEP, Ágide Eduardo Meneguette.
Para ajudar na retomada, o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE) abriu a linha de crédito BRDE Promove/Recupera Sul, voltada a empresas, cooperativas e produtores rurais afetados pelos temporais.

O crédito oferece juros reduzidos, prazo de 10 anos e dois de carência, com limite de até R$ 10 milhões por cliente.
O Estado também vai enviar maquinários e recursos para a reconstrução de estradas e pontes, e a Defesa Civil está auxiliando diretamente as famílias afetadas com a entrega de telhas, cestas básicas e kits de higiene, limpeza e dormitório.
Até a tarde de terça-feira (4), 36 municípios haviam registrado ocorrências no sistema da Defesa Civil, mas os efeitos foram observados em pelo menos 40 cidades — com danos a residências, estradas rurais, empresas e galpões industriais.
Chuvas e temporais voltam a atingir outras regiões do Brasil
Nesta quarta-feira (5), na região Sul, segundo a Climatempo, uma nova área de baixa pressão sobre o Paraguai espalha instabilidades pelo Paraná desde cedo. As pancadas de chuva variam de moderada a forte intensidade, com risco de temporais no Noroeste e avanço gradual às demais regiões.
No litoral paranaense, a chuva persiste de forma mais fraca e isolada.
No Rio Grande do Sul, uma frente fria oceânica provoca chuva forte, raios e rajadas de vento, especialmente na faixa litorânea.
Em Santa Catarina, as instabilidades também atingem o litoral, enquanto o interior permanece com tempo firme.
Sudeste
No norte de Minas Gerais, há pancadas isoladas desde a madrugada. Com o aprofundamento da baixa pressão, as instabilidades avançam para o oeste paulista e Triângulo Mineiro, com risco de temporais.
Durante a tarde, a chuva se espalha por São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, alternando com períodos de sol. As temperaturas seguem elevadas, principalmente no norte mineiro.
Na capital paulista, a mínima é de 17°C e a máxima de 27°C; em Araçatuba, mínima de 22°C e máxima de 29°C.
Centro-Oeste
A baixa pressão também provoca instabilidades em Mato Grosso do Sul, com chuvas fortes e risco de temporais, sobretudo no sul, sudoeste e leste do estado.
As precipitações se estendem por Mato Grosso e Goiás, acompanhadas de rajadas de vento e descargas elétricas. O calor e o tempo abafado persistem em toda a região.
Nordeste
As instabilidades avançam pelo oeste e sul da Bahia, alcançando áreas do interior. No sul do Maranhão, há chance de chuva isolada.
Nas demais áreas, o tempo segue firme e ensolarado, com temperaturas elevadas.
Norte
As chuvas diminuem em boa parte da região, mas ainda atingem oeste do Amazonas, Acre, Rondônia, Tocantins e sudoeste do Pará, devido ao calor e à alta umidade.
Em Roraima, Amapá e norte do Pará, o tempo segue mais seco e estável.








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