Secretário do Mapa é exonerado após revelação de repasse ligado à Conafer

Exoneração foi publicada no Diário Oficial; pagamento foi revelado pelo Metrópoles

Secretário do Mapa é exonerado após revelação de repasse ligado à Conafer
Ilustrativa

O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) exonerou, nesta segunda-feira (20), o secretário de Inovação, Desenvolvimento Sustentável, Irrigação e Cooperativismo, Pedro Alves Corrêa Neto, após vir à tona que ele recebeu R$ 50 mil do operador financeiro da Conafer, entidade investigada na chamada “Farra do INSS”.

A informação do repasse foi revelada pelo Metrópoles, que publicou que Corrêa Neto teria recebido o valor de Cícero Marcelino de Souza Santos, assessor do presidente da Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais do Brasil (Conafer), Carlos Lopes, e sócio-administrador do banco digital Terrabank. Cícero é investigado pela CPMI do INSS e foi identificado como o operador financeiro da entidade.

A exoneração foi publicada no Diário Oficial da União desta segunda-feira (20), com data da última sexta-feira (17). No documento, consta que Corrêa Neto deixou o cargo “a pedido”.

Ele será substituído por Marcelo Narvaes Fiadeiro, servidor de carreira que já havia ocupado funções de coordenação e assessoramento, além de ter atuado no Ministério do Desenvolvimento Social durante o governo Lula 3. 

Durante a oitiva de Cícero Marcelino na CPMI, na semana passada, o assessor da Conafer foi questionado sobre o pagamento ao então secretário.

“O senhor sabe disso? Que o senhor pagou ao secretário do Ministério, ao Sr. Pedro Alves Corrêa Neto?”, perguntou o deputado Evair de Melo (PP-ES), citando a reportagem do Metrópoles. “É igual eu falei para o senhor, vêm as planilhas e eu vou fazendo os pagamentos…”, respondeu Marcelino.

Fiadeiro assume uma das pastas estratégicas do Mapa, responsável por políticas de sustentabilidade e inovação no setor agropecuário, como o Plano Clima, criticado pelo agronegócio.

Mais uma

Em 2024, o ministério já havia enfrentado outra saída polêmica.

O então secretária de Política Agrícola, Neri Geller, deixou o cargo após denúncias de irregularidades na participação de pessoas ligadas a ela no leilão público para compra de arroz importado.

Na ocasião, também deixou o posto o diretor de Operações e Abastecimento da Conab, Thiago José dos Santos, ex-assessor de Geller, substituído por Sílvio Porto, diretor de Política Agrícola e Informações (Dipai).