Interesse externo e indústria freiam queda no preço do arroz

Vendedores continuam cautelosos nas negociações no mercado spot

Interesse externo e indústria freiam queda no preço do arroz
Ilustrativa

Foto: Pixabay

Apesar da continuidade na trajetória de queda dos preços do arroz no Rio Grande do Sul, a movimentação mais intensa por parte de indústrias e o aumento do interesse internacional pelo grão brasileiro ajudaram a conter uma retração ainda maior. A atuação desses compradores, motivados pela necessidade de recompor estoques e atender à demanda externa, serviu como um freio para a desvalorização do produto no mercado gaúcho.

Segundo dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), a presença mais ativa de agentes industriais no mercado, mesmo em um momento de recuo nos valores, tem elevado a disposição desses compradores em pagar preços mais firmes. Além disso, cresce a expectativa de novos embarques de arroz, impulsionados pelo interesse de importadores internacionais, o que deve colaborar com o escoamento da produção nacional.

Por outro lado, os vendedores continuam cautelosos nas negociações no mercado spot. A menor liquidez observada está diretamente ligada aos impactos das fortes chuvas que atingiram o estado, especialmente na região central. As enchentes e os bloqueios de rodovias dificultaram o transporte e a comercialização do arroz, contribuindo para a lentidão nas transações.

Mesmo com esse cenário, o Indicador CEPEA/IRGA-RS registrou queda expressiva. A média de preços em junho está 40,9% abaixo do patamar observado no mesmo mês do ano passado, em valores nominais. Na parcial acumulada de 2025, o recuo é de 33,8%, refletindo a pressão do aumento da oferta em momentos anteriores e o comportamento retraído dos produtores.

Os impactos climáticos também devem influenciar a próxima safra, com produtores atentos aos custos de produção e às condições do solo após as enchentes. A retomada da normalidade logística e da colheita plena ainda é incerta em algumas regiões, o que pode afetar o planejamento das próximas movimentações de mercado.

FONTE: Agrolink
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