Inovação no campo: como Brasil e China produzem leite em larga escala

A China moderniza sua produção com megaestruturas robotizadas. O Brasil aposta em excelência genética e sustentabilidade com leite premium.

Inovação no campo: como Brasil e China produzem leite em larga escala
Ilustrativa

Com 26 galpões, ordenha robotizada e produção em larga escala, a maior fazenda de leite da China abastece o consumo crescente do país, enquanto no Brasil, a Fazenda Colorado lidera com foco em genética, tecnologia e leite tipo A.

Na cidade de Bumbú, no sudeste da China, uma estrutura agrícola de proporções colossais abriga 38 mil vacas em lactação, produzindo 650 toneladas de leite cru por dia. A fazenda, parte de um projeto de modernização nacional, tem como objetivo ajudar a alimentar os 1,4 bilhões de chineses que vêm aumentando rapidamente seu consumo de leite e derivados.

Com 6.500 hectares de alfafa cultivados nos arredores para alimentação do rebanho, a fazenda integra criação, plantio e processamento em um mesmo complexo. A operação é automatizada desde a ordenha até o transporte do leite, promovendo eficiência sanitária e alto valor nutricional.

As vacas, com idade entre 2 e 3 anos, vivem em galpões de mais de 300 metros, dispostas em fileiras duplas para facilitar a mobilidade. O ambiente é projetado para garantir conforto térmico e alimentação contínua, otimizando a produção em um modelo que se aproxima de uma linha de montagem industrial.

 

Tecnologia reduz contaminação e acelera a produção em escala nesta fazenda chinesa

A ordenha é feita por 8 plataformas rotativas automatizadas, cada uma com capacidade para 80 vacas simultâneas, funcionando 24 horas por dia. Mais de 20 mil vacas são ordenhadas diariamente, com o leite sendo transportado por tubulações seladas, o que evita contaminação e preserva os nutrientes.

Segundo a Associação de Laticínios da China, entre 1949 e 2018, a produção nacional de leite saltou de 200 mil toneladas para 31 milhões de toneladas anuais, um aumento de 145 vezes. A mudança nos hábitos alimentares e o aumento da renda urbana impulsionaram essa transformação.

O consumo per capita de laticínios nas áreas urbanas passou de 8,8 kg por ano em 2005 para mais de 220 kg em 2017. Para atender essa nova demanda, surgiram fazendas automatizadas como a de Bumbú.

Brasil aposta em genética e qualidade na produção leiteira

No Brasil, a Fazenda Colorado, localizada em Araras (SP), lidera há mais de uma década o ranking nacional de produção com foco em qualidade genética e inovação tecnológica. Com 2.300 vacas da raça Holandesa Pura de Origem, a fazenda alcança média diária de 98.921 litros de leite, segundo o Levantamento Top 100 MilkPoint-Abraleite 2025.

A propriedade opera com um sistema de ordenha tipo carrossel, que processa até 450 vacas por hora, e abriga cerca de 2.000 vacas em um pavilhão com 27 mil metros quadrados, climatizado por ventilação cruzada que reduz a temperatura interna em até 12?°C.

A marca Xandô, nascida da fazenda, é referência em leite tipo A e segue o processo “Da Fazenda à Mesa”, no qual o leite é ordenhado, pasteurizado e envasado sem contato manual. O produto chega ao consumidor em até 24 horas, o que rendeu à marca 43% do mercado paulista de leite tipo A e a vice-liderança em sucos refrigerados em São Paulo.

A Fazenda Colorado foi a primeira com laticínio próprio a obter a Certificação de Biosseguridade e, em 2021, conquistou a Certificação Internacional de Bem-Estar Animal pela QIMA. A propriedade também investe em leite A2A2, possui selo Kosher e adota práticas de agricultura regenerativa e logística reversa em suas embalagens.

 

Modelos distintos, mas com foco em produtividade e segurança

Enquanto a China prioriza escala e automação, o Brasil aposta em bem-estar animal, genética aprimorada e certificações internacionais. Ambas as nações adotam soluções tecnológicas para responder aos desafios alimentares de suas populações, com estratégias adaptadas às suas realidades.

A fazenda chinesa apresenta um modelo de agroindústria intensiva, onde todos os elementos, da alimentação ao processamento, são centralizados, garantindo rastreabilidade e controle absoluto. Já no Brasil, a qualidade do leite, o melhoramento genético e a sustentabilidade ambiental são os principais diferenciais.

 

 

As informações são do Click Petróleo e Gás.

FONTE: MilkPoint. 
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