MS: encontro parlamentar impulsiona setor lácteo

Frente Parlamentar do Leite da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul (ALEMS) realizou, na tarde desta quarta-feira (9), uma reunião ordinária na 85ª Expogrande. O evento aconteceu na Casa do Leite, no Parque de Exposições Laucídio Coelho, em Campo Grande, e congregou integrantes do grupo de trabalho, produtores, especialistas e representantes das instituições parceiras da cadeia produtiva.

Para o coordenador da Frente Parlamentar, deputado estadual e 1º vice presidente do Legislativo, Renato Câmara (MDB), o grupo de trabalho tem conseguido ao longo da sua atuação na Assembleia Legislativa, conquistar vários avanços aos produtores de leite:

“Nós temos na pauta de hoje a apresentação do Proleite MS que foi iniciado por meio de uma discussão na frente parlamentar e agora se transformou em um programa estadual que inclusive será apresentado amanhã pelo governador do Estado, Eduardo Riedel. E neste momento debateremos de forma mais técnica sobre esse lançamento, que é uma ação muito importante pra resgatar a produção de leite do nosso Estado, pois ao longo da última década perdeu espaço, muitos produtores saíram da atividade e diversos laticínios fecharam suas portas. Por meio do programa genético que está embutido nesse projeto acontecerá um avanço grandioso para a cadeia produtiva do leite” explicou o parlamentar.

Destinação de embalagens veterinárias

Um dos assuntos debatidos foi a destinação final de embalagens, foi salientada a importância desta questão, que considera crucial para a proteção do meio ambiente e da saúde pública. “Os materiais utilizados na pecuária, desde uma simples agulha ou seringa, precisam ser descartados de maneira correta. Você imagine um vidro de antibiótico que é muito pequeno caindo em um rio e contaminando aquele lugar. Então hoje você tem essa perspectiva de poder organizar uma atuação no Estado do Mato Grosso do Sul, onde todos aqueles que utilizam essas embalagens possam ter local adequado para a entrega dos produtos”, evidenciou o deputado

Durante o evento foi explanado acerca desse descarte adequado de embalagens de produtos veterinários e também sugerida a criação de uma lei estadual de regulamentação de recolhimento ou entrega de embalagens de pesticidas e antimicrobianos. O engenheiro ambiental Karyston Adriel Machado da Costa, analisou os benefícios para a segurança ambiental e produção rural de uma lei que regulamente o descarte.

“Criar uma lei que esteja alinhada com a logística reversa das embalagens de medicamentos usados no campo é essencial para garantir a qualidade dos produtos e evitar problemas como a resistência microbiana. Muitos desses medicamentos, especialmente antibióticos, ainda são descartados de forma incorreta — em rios, margens ou diretamente no solo —, o que gera um impacto direto no meio ambiente. Para que o Mato Grosso do Sul continue avançando no agro, é fundamental ter uma legislação que fortaleça a sustentabilidade e o descarte correto dessas embalagens. No caso da cadeia leiteira, isso também é importante para garantir a qualidade do leite, proteger o meio ambiente e promover um desenvolvimento rural mais responsável e seguro.”, mencionou o engenheiro ambiental.

Agrofundo MS

Outro tema tratado foi a criação de um fundo e como ele beneficiará a cadeia produtiva do leite.  

Apresentado pelo zootecnista e coordenador da Assistência Técnica e Extensão Rural/Bovinocultura da Agência de Desenvolvimento Agrário e Extensão Rural de Mato Grosso do Sul (Agraer), José Carlos Gasperoni de Oliveira, a proposta demonstrada nesta tarde para a Frente Parlamentar do Leite é a criação do Agrofundo MS. “O nome que escolhemos para identificar esse projeto é Agrofundo MS e a ideia nasceu da experiência de outros casos fora do Estado. A intenção é instituir um fundo específico ou destinação de parte de um fundo já existente para que possamos alavancar o financiamento por parte dos produtores rurais de tecnologia, melhoramento genético e de pastagens para, de forma sustentável, trazer um desenvolvimento para a cadeia leiteira do Estado”, destacou.

Vale leite

Conforme o coordenador da Câmara Setorial do Leite de Mato Grosso do Sul, Eder Souza de Oliveira, o projeto Vale Leite vai incentivar a produção e o consumo da bebida. “Elaboramos um projeto que foi apresentado à frente parlamentar e à Secretaria de Assistência Social. Nosso objetivo é incluir o leite barriga mole no programa Mais Social. A iniciativa vai ajudar a melhorar a renda dos produtores com o aumento da produção. Vamos começar com cooperativas e associações que já trabalham com esse tipo de leite, e o excedente da entrega será destinado aos laticínios, em uma parceria com os produtores para agregar valor à produção”, pontuou.

Futuro do Leite em Debate no MS

Segundo dados da secretaria estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação (Semadesc), a capacidade de produção da atividade leiteira em Mato Grosso do Sul é de 1,34 milhões de litros por dia, mas sofre com redução de 47% no volume desde 2016, caindo de 388 para 174 milhões de litros por ano. No momento o setor vive uma estabilização na produtividade e o rebanho varia de 150 a 160 mil cabeças.

Representando a Semadesc, o gestor Orlando Serrou Camy Filho falou sobre os programas que buscam melhorar a produção de leite em Mato Grosso do Sul. Ele destacou o Proleite MS, voltado ao desenvolvimento da bovinocultura de leite, e citou outras ações ligadas ao melhoramento genético e ao apoio à indústria. Também explicou quais instituições são parceiras nesses projetos e como estão colaborando para fortalecer o setor.

Já o deputado estadual Renato Câmara abriu espaço para ouvir sugestões sobre o Seminário do Leite e a Manhã do Leite, que devem acontecer ainda este ano na Assembleia Legislativa. “Ficamos felizes de receber essa reunião na Casa do Leite, pois valoriza quem trabalha no campo e apoia a exposição de Campo Grande”, disse. Para ele, o encontro foi muito proveitoso: “Debatemos ideias e programas que ajudam os pequenos produtores, estimulam o crescimento do campo e reduzem os impactos no meio ambiente, trazendo mais segurança à produção rural.”

Publicado por: MilkPoint

As informações são da Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul, adaptadas pela equipe MilkPoint