Com 52,5 porcento de mega-obra concluída, Porto de Paranaguá avança para "salto" ferroviário
Estrutura vai conectar 11 terminais e permitirá descarregar até 900 vagões por dia
A maior obra portuária pública em andamento no Brasil acaba de atingir um marco importante. A construção do Moegão, estrutura logística que promete transformar a operação ferroviária no Porto de Paranaguá (PR), alcançou 52,5% de execução, segundo informou a Portos do Paraná nesta segunda-feira (16).
O projeto, orçado em R$ 653 milhões e considerado um dos mais complexos em engenharia no setor, vai conectar 11 terminais portuários por meio de galerias aéreas e reduzir de 16 para 5 os cruzamentos ferroviários urbanos, aumentando a fluidez logística e reduzindo os impactos no trânsito da cidade.
“Estamos investindo em um projeto revolucionário no transporte de grãos por ferrovia, que ampliará a produtividade dos portos paranaenses”, afirmou Luiz Fernando Garcia, presidente da Portos do Paraná.
Com a conclusão da obra, prevista para dezembro de 2025, a expectativa é ampliar em 60% a capacidade ferroviária do porto, com início da operação estimado para 2026, um verdadeiro "salto" ferroviário..
Estrutura padronizada e maior eficiência
Atualmente, o Porto de Paranaguá descarrega cerca de 550 vagões por dia, em terminais separados. Com o Moegão, a operação será concentrada em uma única estrutura, com capacidade para até 900 vagões/dia.
O sistema contará com três linhas férreas independentes, permitindo o recebimento simultâneo de 180 vagões. A nova configuração elimina a necessidade de manobras para entrada nos terminais, o que reduz significativamente as interrupções no tráfego urbano.
“As obras do Moegão avançam em velocidade máxima e trarão benefícios não só para as empresas que operam no Porto de Paranaguá, mas para toda a economia do Estado”, destacou o secretário de Infraestrutura e Logística do Paraná, Sandro Alex.
Como funciona o Moegão
No novo modelo, a carga cairá por gravidade diretamente nos funis subterrâneos (moegas). De lá, será transportada por correias até os elevadores, que conduzirão o material às galerias aéreas, conectadas aos terminais portuários.
As galerias são compostas por módulos com três esteiras transportadoras, cada uma com capacidade para 2 mil toneladas por hora. Ao todo, serão 1,7 km de extensão, viabilizando a transferência contínua dos grãos até os armazéns.
“As correias farão o transporte conectando os terminais à faixa portuária”, explicou Victor Kengo, diretor de Engenharia e Manutenção da Portos do Paraná.
“Estamos avançados com a parte das galerias metálicas e seguimos no mesmo ritmo com a montagem dos equipamentos. A parte crucial do nosso escopo está bem encaminhada”, reforçou o supervisor de planejamento da obra, Marcos Aurélio Magno Bonzato.
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