CNA inicia debates regionais para definir propostas do Plano Safra 2025/2026
Todas as sugestões coletadas serão entregues ao Ministério da Agricultura e Pecuária

Paraná encaminhou ao govermo um pedido para que o plano alcance R$ 597,1 bilhões, destinados a crédito, investimentos e garantias aos produtores. (Foto: Jaelson Lucas/Arquivo AEN)
A Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) deu início, nesta segunda-feira (17), a uma série de encontros regionais para reunir propostas do setor produtivo voltadas ao Plano Agrícola e Pecuário (PAP) 2025/2026.
As reuniões contam com a participação de produtores rurais, sindicatos e federações e são coordenadas pela Comissão Nacional de Política Agrícola da CNA.
O objetivo é debater crédito rural, políticas de comercialização, mercado de capitais e instrumentos de gestão de risco, visando a construção de um plano que atenda às necessidades do setor.
A primeira reunião ocorre nesta segunda-feira (17) em Florianópolis (SC), reunindo demandas da região Sul. Já na próxima quinta-feira (20), será a vez do Sudeste, com um encontro no Rio de Janeiro (RJ).
A região Centro-Oeste terá seu debate na sexta-feira (21), em Cuiabá (MT). As propostas do Norte serão discutidas em 28 de março, em Belém (PA), enquanto os produtores do Nordeste se reunirão em 2 de abril, em Irecê (BA).
O encontro do Matopiba (Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia) ainda terá data e local definidos.
Todas as sugestões coletadas serão consolidadas em um documento oficial, que será entregue ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e a outras autoridades do governo federal para contribuir na formulação do Plano Safra 2025/2026.
Plano Safra: estratégia para controlar a inflação dos alimentos
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, destacou que uma das estratégias do governo federal para conter a inflação dos alimentos será a expansão do Plano Safra. Segundo ele, o plano tem sido fundamental para apoiar a agropecuária nacional, oferecendo linhas de crédito, incentivos e políticas agrícolas.
"A primeira providência é fortalecer os planos safras, tornando-os mais robustos e eficientes. O governo Lula já bateu recordes em 2023 e 2024, e queremos repetir esse feito em 2025. Assim que o orçamento for aprovado, lançaremos o novo plano para garantir a continuidade da produção de alimentos sem impacto no desmatamento", afirmou Haddad no mês passado.
O ministro também mencionou que os desafios climáticos de 2024, como secas e enchentes, somados à alta dos juros nos Estados Unidos, impactaram a inflação e reforçaram a necessidade de medidas para garantir estabilidade ao setor.
Paraná propõe Plano Safra de R$ 597 bilhões ao Governo Federal
Alguns estados já começaram a enviar propostas para o Plano Safra 2025/2026. O Paraná encaminhou ao Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) e ao Ministério do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar (MDA) um pedido para que o plano alcance R$ 597,1 bilhões, destinados a crédito, investimentos e garantias aos produtores.
O montante proposto é significativamente maior que os R$ 475,5 bilhões liberados para a safra atual. A divisão dos recursos sugerida pelo Paraná inclui:
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R$ 417 bilhões para crédito de custeio e comercialização;
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R$ 180,1 bilhões para investimentos.
Dentro desse valor, a proposta prevê:
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R$ 90 bilhões para agricultores do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf);
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R$ 86 bilhões para médios produtores do Programa Nacional de Apoio ao Médio Produtor Rural (Pronamp);
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R$ 421 bilhões para os demais agricultores.
O documento foi elaborado com apoio de órgãos e entidades do setor agropecuário, incluindo a Secretaria da Agricultura e do Abastecimento do Paraná (Seab), o Instituto de Desenvolvimento Rural do Paraná (IDR-Paraná), a Federação da Agricultura (Faep), a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná (Fetaep) e o Sistema Ocepar.
O documento enviado ao governo federal reforça a necessidade de mais recursos para custeio, comercialização e investimentos, além de medidas como:
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Recomposição do orçamento do seguro rural;
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Reequilíbrio do teto de renda da agricultura familiar;
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Revisão das taxas de juros para alinhar com o cenário econômico.
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Seguro Rural e medidas contra impactos climáticos
Para mitigar os efeitos de condições climáticas adversas, pragas e oscilações de mercado, o Paraná propôs a liberação de R$ 4 bilhões para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR). O objetivo é reduzir os custos da contratação do seguro, garantindo que mais produtores tenham acesso à cobertura.
A proposta sugere ainda mudanças no Programa de Seguro Rural, incluindo:
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Ampliação do tempo de cobertura;
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Inclusão de novas culturas na apólice;
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Subvenção diferenciada para culturas predominantes de cada região;
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Criação de seguro específico para culturas de inverno.
Outra recomendação é o fortalecimento do Monitor do Seguro Rural, com capacitação de técnicos, corretores e peritos, além de destinar recursos para a Embrapa realizar estudos sobre Zoneamento Agrícola de Risco Climático (ZARC).
Diante dos impactos climáticos, o Paraná também propôs medidas emergenciais para produtores afetados por adversidades, como:
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Prorrogação de financiamentos de custeio por 12 meses, mantendo as condições originais;
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Renegociação de operações de investimento;
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Acesso facilitado a novos créditos para recomposição de produção.
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Linha Especial para Produtores de Leite e Financiamento de Infraestrutura
O documento inclui ainda uma linha de crédito específica para produtores de leite, com o objetivo de permitir retenção de matrizes e aquisição de alimentação para o plantel, assegurando a manutenção da produção em momentos de crise.
Para investimentos, a proposta sugere a liberação de R$ 180,1 bilhões, priorizando programas como:
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Programa para Construção e Ampliação de Armazéns (PCA) – R$ 11,5 bilhões;
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Programa de Financiamento à Agricultura Irrigada e ao Cultivo Protegido (Proirriga) – R$ 3 bilhões;
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Programa de Incentivo à Inovação Tecnológica na Produção Agropecuária (Inovagro) – R$ 4,5 bilhões;
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Programa de Financiamento a Sistemas de Produção Agropecuária Sustentáveis (RenovAgro) – R$ 10 bilhões.
A proposta defende que esses programas tenham taxas de juros menores e prazos mais longos para pagamento, garantindo condições favoráveis ao crescimento do setor agropecuário.
redação com informações da CNA e assesorias | Agrofy News
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