Porto de Paranaguá aposta em nova estrutura de mais de R$ 600 milhões para modernizar descarga de grãos

Obra já atingiu 30

Porto de Paranaguá aposta em nova estrutura de mais de R$ 600 milhões para modernizar descarga de grãos
Ilustrativa

Investimentos, obras e muita tecnologia marcam os 90 anos do Porto de Paranaguá. (Claudio Neves)

Porto de Paranaguá, que completa 90 anos de operação, segue como referência em produtividade, eficiência e inovação logística. Um dos principais investimentos para manter essa posição é a construção do Moegão, uma megaestrutura que promete revolucionar a descarga de grãos.

Com um aporte superior a R$ 600 milhões, a obra já atingiu 30% de execução e deve ser concluída até o final de 2025. O projeto vai aumentar a produtividade portuária e reduzir o número de cruzamentos ferroviários na cidade, passando de 16 para cinco.

Além disso, permitirá uma maior integração entre os operadores portuários e o cais.

"Estamos revolucionando a maneira de receber cargas de grãos pela ferrovia", afirmou Victor Kengo, diretor de Engenharia e Manutenção da Portos do Paraná. Atualmente, 353 trabalhadores atuam na obra.

Como funcionará o novo sistema?

O novo acesso ferroviário do Porto de Paranaguá será adaptado para receber cargas diretamente nos funis subterrâneos.

A partir daí, os grãos serão transportados por correias até os elevadores de canecas, que os levarão para as linhas de correias transportadoras aéreas interligadas aos terminais portuários.

Com essa modernização, a capacidade de movimentação ferroviária será ampliada em 60%, saltando de 550 para 900 vagões por dia.

 

Os grãos descarregados seguirão pelos transportadores até os terminais, sendo embarcados nos navios pelo Corredor de Exportação, garantindo sua entrega a diversos destinos no exterior.

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Tecnologia e modernização dos portos paranaenses

Além do Moegão, a Portos do Paraná também avança na digitalização e automação de processos internos. Em 2024, a empresa implementou o SAP S/4HANA, um sistema integrado que centraliza o processamento de dados e melhora a eficiência na gestão.

Antes da implantação, os dados estavam dispersos, dificultando o acesso a informações em tempo real.

Agora, segundo Cláudio Augusto dos Santos, gerente de Tecnologia da Informação, o sistema permite maior agilidade e produtividade na administração portuária.

Segurança na navegação: tecnologia inédita no Brasil

A inovação também chega à navegação. Em 2024, a Portos do Paraná iniciou a instalação do Automatic Identification System – Aid to Navigation (AIS AtoN), tecnologia que permite rastrear boias luminosas em tempo real.

Com a iniciativa, o Porto de Paranaguá se torna o primeiro do Brasil a contar com esse sistema em todas as 67 boias de sinalização náutica. O AIS AtoN transmite dados via satélite sobre posição, número de ordem e condições operacionais das boias, aumentando a segurança da navegação. 

 

"O projeto trará mais segurança ao Canal de Acesso dos portos paranaenses", destacou Victor Kengo.

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A tecnologia já foi autorizada pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), tornando os portos do Paraná os primeiros do país a obter licença para essa inovação. 

Porto de Paranaguá lidera movimentação nacional de óleo de soja

O Porto de Paranaguá segue como um dos principais polos de exportação do Brasil. Em janeiro de 2025, movimentou 63,8 mil toneladas de óleo de soja, correspondendo a 72,48% da exportação brasileira desse produto. 

O valor FOB da operação – que considera custos e valor do produto na origem – ultrapassou US$ 65 milhões, segundo o Comex Stat.

A retomada da produtividade foi impulsionada pela recuperação da categoria de óleos vegetais, que inclui óleo de palma e coco. Em janeiro de 2024, a movimentação total da categoria caiu para 25 mil toneladas, devido à quebra da safra e à baixa demanda internacional. Já em 2025, a movimentação subiu para 81,5 mil toneladas, um crescimento de 225%.

Além do óleo de sojaoutras três commodities registraram grande volume de movimentação nos portos paranaenses em janeiro de 2025: 

  • Milho: subiu de 129,3 mil para 344,5 mil toneladas (+166%)

  • Açúcar a granel: passou de 425 mil para 444,4 mil toneladas

  • Fertilizantes: registraram uma leve queda, de 840,8 mil para 811,5 mil toneladas (-3%), mas seguem liderando a importação nacional

No total, os Portos de Paranaguá e Antonina movimentaram 4,7 milhões de toneladas em janeiro de 2025.

Por redação | Agrofy News

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