Barreira tributária está entre os principais desafios da avicultura capixaba
Diferente do que muitos imaginam, a gripe aviária não foi a responsável pela baixa no setor da avicultura capixaba nos últimos anos.

Diferente do que muitos imaginam, a gripe aviária não foi a responsável pela baixa no setor da avicultura capixaba nos últimos anos. Conforme aponta a Associação dos Avicultores do Estado do Espírito Santo (Aves), a questão tributária é que pode estar sendo a principal barreira para a expansão.
Dados da instituição indicam que os volumes de frangos abatidos entre 2020 e 2024 vêm girando em torno de 11 mil a 12 mil toneladas mensais, mostrando uma redução de 6% entre 2022 e 2023, o que deve permanecer neste ano de 2025.
“Embora o setor tenha capacidade ociosa, existe uma dificuldade de crescimento em razão dos custos e, especialmente, frente à concorrência em relação a outros Estados que acaba sendo desleal, pelo fato da produção local não ter vantagens tributárias que colocam outros Estados em situação de vantagem frente ao Estado do Espírito Santo”, explica o diretor executivo da Aves, Nélio Hand.
O Espírito Santo atualmente é o 10º maior produtor nacional no abate de aves, com cerca de 1% de participação no mercado, segundo dados da Secretaria de Estado da Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca do Espírito Santo (Seag).
No primeiro trimestre de 2024, foram 13,5 milhões de animais abatidos e uma redução de 33.015 para 32.662 toneladas em comparação com o mesmo período do ano anterior.
O preço médio por quilo recebido pelos produtores capixabas oscilou de R$ 5,88 em janeiro de 2023 para R$ 5,85 em janeiro de 2024. Já em fevereiro, subiu de R$ 5,61, em 2023, para R$ 5,70 em 2024. Em março deste ano, o preço também apresentou um leve crescimento, saindo de R$ 5,59, em 2023, para R$ 5,66.
Mercado exterior
De acordo com a Seag, no 3º trimestre de 2024, a carne de frango do Espírito Santo chegou a 55 países. Porém, assim como no mercado interno, as exportações tiveram queda. Os números da secretaria indicam que o volume exportado apresentou queda de cerca de 27,4% em comparação ao mesmo período do ano anterior.
Enquanto em 2023 o volume de exportação foi de 3,3 mil toneladas de carne de frango, no 3º trimestre de 2024 o Estado só mandou para o exterior 2,4 mil toneladas.
As divisas reduziram em 22,3%, saindo do patamar de US$ 6,7 milhões para US$ 5,2 milhões. Já o preço médio das divisas aumentou em 7%, subindo de US$ 2,02 o kg para US$ 2,16.
Produção de ovos
No que diz respeito à produção de ovos no Espírito Santo, o contexto é de recuperação, após uma queda abrupta, especialmente no período de 2020 a 2022, quando teve uma redução de 24% no volume produzido.
“Em 2023, o Espírito Santo produziu 4,6 bilhões de ovos e entre janeiro e agosto deste ano registrou-se um crescimento de 5,5%. Atualmente, a produção está em torno de 14,5 milhões de ovos por dia, mostrando que a produção em 2024 poderá ser cerca de 10% maior que em 2023. Mesmo assim, se houver esse crescimento, o volume ainda será cerca de 11% do que foi registrado em 2020”, aponta o diretor executivo da Aves.
Gripe aviária X biosseguridade
Apesar das dificuldades tributárias e grande concorrência de mercado, o setor avícola capixaba tem buscado melhorar cada vez mais a qualidade dos seus produtos para atender não só as exigências sanitárias, mas, principalmente, a segurança e qualidade de vida do consumidor.
Fonte: Conexão Safra
Autor: Flávio Cirilo
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