Soja com areia e fertilizante com calcário: polícia desarticula esquema de fraude de R$ 15 milhões no Paraná
Enquanto isso no MT, Polícia Civil recupera 20 vacas furtadas e investiga receptação em fazenda
PCPR cumpriu 135 mandados contra quadrilha que adulterava soja e fertilizantes. (Foto: PCPR)
A Polícia Civil do Paraná (PC-PR) deflagrou, na manhã desta quarta-feira (28), uma operação contra uma organização criminosa suspeita de furtar, adulterar e revender cargas de soja misturadas com areia e fertilizantes adulterados com calcário.
O esquema, que causou um prejuízo estimado em mais de R$ 15 milhões, vinha sendo investigado desde 2022.
Ao todo, são cumpridas 135 ordens judiciais, incluindo 37 mandados de prisão preventiva, 41 de busca residencial, 17 de apreensão de caminhões e carretas usados nos crimes e 40 de sequestro de bens.
A ação ocorre simultaneamente em cidades do Paraná — como Curitiba, Paranaguá, Ponta Grossa, São José dos Pinhais, Fazenda Rio Grande, Congonhinhas, Nova Fátima e Laranjeiras do Sul — e em Goiânia (GO). A operação conta com apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF), que atuou durante a fase investigativa.
A investigação teve início após o furto de uma carga de fertilizantes avaliada em R$ 95 mil. Desde então, mais de 100 cargas de soja e fertilizantes foram identificadas como desviadas pela quadrilha, segundo a Polícia Civil.
Os produtos eram levados a armazéns clandestinos, onde a soja era misturada com areia e reembalada para parecer íntegra. Parte da mercadoria adulterada chegou a ser exportada.
Também foram identificadas fraudes com fertilizantes, que eram diluídos com calcário ou silicato antes de serem repassados como produto legítimo. Segundo a polícia, além de prejuízos econômicos, o esquema causava impactos diretos na produtividade das lavouras.
“O prejuízo aos produtores e à imagem do agronegócio brasileiro é enorme. A adulteração compromete a produtividade e pode afetar nossa reputação internacional”, afirmou o delegado André Gustavo Feltes, responsável pelas investigações.
Motoristas aliciados e empresas fictícias
Um dos pilares do esquema era o aliciamento de motoristas. A quadrilha mantinha condutores fixos contratados por empresas de fachada e cooptava outros de forma pontual para desviar cargas para os armazéns ilegais.
As investigações também identificaram o uso de "noteiras", empresas fantasmas usadas para emitir notas fiscais frias com o objetivo de simular transações comerciais e dar aparência de legalidade ao transporte e à revenda dos produtos adulterados.
Entre os crimes apurados estão furto qualificado, receptação qualificada, falsidade ideológica, adulteração de produtos agrícolas, indução do consumidor ao erro, emissão de duplicatas simuladas, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
Polícia recupera 20 vacas furtadas em São Félix do Araguaia
A Polícia Civil de Mato Grosso recuperou, nesta terça-feira (28), 20 vacas furtadas de uma fazenda em São Félix do Araguaia.
Os animais foram encontrados em outra propriedade da região, e dois homens são investigados por receptação culposa: o proprietário da fazenda onde o gado foi localizado e um funcionário.
A ação foi coordenada pela Delegacia de São Félix do Araguaia, com apoio da equipe de Alto Boa Vista.
As investigações começaram após o proprietário registrar o furto na delegacia e relatar que animais de sua marca foram vistos em outra fazenda, sem qualquer registro formal de venda ou doação.
O delegado Ivan Albuquerque Soares instaurou inquérito para apurar os crimes de furto de semoventes e receptação. As diligências envolveram oitiva de testemunhas e deslocamento da equipe até o local, onde foi confirmada a presença das vacas.
Os animais estavam espalhados pela propriedade e foram identificados pela marca do verdadeiro dono. A Polícia Civil já devolveu o rebanho à vítima, e as investigações seguem para identificar os autores do furto e eventuais envolvidos na receptação.
Hits: 121
Comentários (0)
Comentários do Facebook