Pesquisa genética mira mais rendimento e qualidade no queijo de búfala

Estudo com 500 búfalas em SP identifica gene ligado ao maior rendimento de muçarela. Pesquisa do IZ-Apta pode aumentar a rentabilidade da cadeia bubalina.

Pesquisa genética mira mais rendimento e qualidade no queijo de búfala
Ilustrativa

De origem italiana, o legítimo queijo muçarela é confeccionado com leite 100% de búfala, tem sabor, textura e aroma específico e agradável, além do maior valor nutricional e comercial, quando comparado ao queijo tipo muçarela de vaca.  Para contribuir com a cadeia produtiva do leite de búfalas, o Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de SP, realiza pesquisa para identificar marcador genético associado com aumento do rendimento deste queijo.

Segundo o pesquisador do IZ Anibal Vercesi Filho, a variação genética das principais proteínas do leite possibilita que as mesmas possam ser utilizadas como marcadores moleculares para selecionar características específicas e serem utilizadas como ferramenta para o melhoramento genético. “As caseínas são proteínas do leite importantes no processo de produção de queijo. Neste estudo nós desenvolvemos e padronizamos metodologia para genotipar o gene CSN3 da caseína em 500 bubalinos pertencentes a criadores associados a ABCB, localizados em diferentes cidades do Estado de São Paulo ”.

Leite de búfala cresce no Brasil e se destaca na produção de queijos

A produção de leite bubalino está em constante crescimento no Brasil, que já possui o maior rebanho do Ocidente. Segundo a ABCB (Associação Brasileira de Criadores de Búfalo), só no estado de São Paulo, a pecuária leiteira de bubalinos cresceu 12% na última década, chegando a 20% de aumento no Vale do Ribeira e no sudoeste paulista. Praticamente todo o leite de búfalas produzido no país é voltado para produção de queijo, principalmente a muçarela, e as caseínas desempenham um papel fundamental nesse processo, pois são responsáveis pela coagulação do leite. Em comparação ao leite bovino, o leite bubalino se caracteriza por ter maiores teores de proteína, gordura, lactose, vitaminas e minerais, tendo proteínas altamente digestíveis e de elevado valor biológico.

Pesquisas genéticas avançam para melhorar qualidade do leite bubalino

Desde  2019, o Laboratório de Biotecnologia do Instituto de Zootecnia de Nova Odessa iniciou uma parceria de trabalhos com a ABCB, realizando análises sobre a beta-caseína. Posteriormente o Laboratório desenvolveu uma metodologia visando a quantificação de possíveis adulterações no leite e derivados lácteos de bubalinos com leite bovino. Desde então, todas as análises do país referentes ao Selo de Pureza 100% Búfalo são realizadas no Laboratório.

Segundo Vercesi, a metodologia desenvolvida vai contribuir para o melhoramento genético de bubalinos. “Com o início do Programa de Avaliação Genética em Búfalos conduzido pela ABCB, foi levantada a demanda pela Associação do estudo de genes que a priori teriam interferência no processo de qualidade e fabricação de queijos, principal produto do processo produtivo da cadeia de leite bubalino. Com a seleção de animais que possuem o alelo B do gene CSN3 Kappa caseína, vai aumentar o rendimento de queijo do rebanho, aumentando a rentabilidade do produtor”, relata.

 

As informações são da Secretaria de Agricultura e Abastecimento de São Paulo, adaptadas pela equipe MilkPoint

FONTE: MilkPoint. 
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