Agro paulista registra superávit de US$ 8,54 bilhões, mesmo com tarifaço dos EUA e avanço da gripe aviária
Mesmo em cenário desafiador, produtos como carne bovina, sucos e café impulsionaram a receita do agro paulista.

Apesar dos desafios enfrentados nos primeiros cinco meses de 2025, como o aumento das tarifas comerciais impostas pelos Estados Unidos e a suspensão de exportações de carne de frango em diversos estados brasileiros devido à gripe aviária, o agronegócio paulista alcançou superávit de US$ 8,54 bilhões em sua balança comercial. Os dados são da análise realizada por técnicos da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (Apta) e do Instituto de Economia Agrícola (IEA-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo.
Entre janeiro e maio, as exportações do setor somaram US$ 11,01 bilhões — queda de 11,1% em relação ao mesmo período de 2024 — enquanto as importações cresceram 5,6%, alcançando US$ 2,47 bilhões. A retração no saldo foi de 14,9%, mas ainda assim o desempenho foi crucial para mitigar o déficit comercial do Estado, que, fora do agronegócio, registrou déficit externo de US$ 16,75 bilhões.
Mesmo em cenário desafiador, produtos como carne bovina, sucos e café impulsionaram a receita do agro paulista. O setor de carnes foi responsável por 14% das vendas externas do período, com US$ 1,53 bilhão em faturamento — um crescimento de 22,1%, com a carne bovina respondendo por 82,9% do total.
O grupo de sucos gerou US$ 1,26 bilhão (alta de 26,6%), com destaque para o suco de laranja, que respondeu por 97,8% do total. O café também surpreendeu, com aumento de 56,6% na receita, totalizando US$ 824,84 milhões — 74,3% em café verde e 22% em café solúvel.
Já os grupos do complexo sucroalcooleiro, produtos florestais e complexo soja registraram retrações nas receitas. O açúcar e o etanol, que compõem o complexo sucroalcooleiro, sofreram queda de 45,6%, mesmo representando 24,3% das exportações agro paulistas.
Na pauta de importações, os principais produtos foram salmões (US$ 194,01 milhões), papel (US$ 178,10 milhões), trigo (US$ 154 milhões, com alta de 40% no volume) e leite em pó (US$ 100,25 milhões). O aumento nas compras externas de trigo foi o destaque negativo, reflexo da menor oferta interna e da demanda industrial.
Mato Grosso assume liderança nas exportações agro
Em 2025, São Paulo perdeu a liderança nacional nas exportações do agronegócio para Mato Grosso, que concentrou 92% de suas vendas externas em três grandes grupos: complexo soja (67,5%), fibras e produtos têxteis (13,2%) e carnes (11,5%). São Paulo ficou com 16,3% de participação no total exportado pelo agro brasileiro, atrás dos 17,3% de Mato Grosso.
A participação paulista continua expressiva em nichos como sucos (86,3% do total nacional), produtos alimentícios diversos (68,5%), e o complexo sucroalcooleiro (55,6%). O estado também se destaca como o principal exportador nacional de carne bovina, respondendo por 22% do total embarcado.
Agronegócio segue sendo pilar da balança comercial
No cenário nacional, o agronegócio respondeu por 49,3% das exportações brasileiras entre janeiro e maio, somando US$ 67,48 bilhões — alta de 0,6% frente ao mesmo período de 2024. As importações do setor cresceram 7,4%, somando US$ 8,54 bilhões, resultando em superávit de US$ 58,94 bilhões.
Em contraste, os demais setores econômicos acumularam déficit de US$ 34,5 bilhões no mesmo período, reforçando a importância estratégica do agronegócio para a sustentabilidade econômica nacional.
Com informações da assessoria de imprensa
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