Logística agrícola fecha 2025 sob pressão de custos e gargalos regionais
O mês de dezembro de 2025 consolidou um cenário de forte pressão logística para o agronegócio brasileiro, marcado por custos elevados, gargalos regionais e desafios na fluidez do escoamento da produção.
O mês de dezembro de 2025 consolidou um cenário de forte pressão logística para o agronegócio brasileiro, marcado por custos elevados, gargalos regionais e desafios na fluidez do escoamento da produção. É o que aponta o Boletim Logístico de dezembro, que analisa o desempenho do transporte, da armazenagem e da infraestrutura associada às principais cadeias agrícolas do país.
Segundo o levantamento, a combinação entre avanço da safra, concentração de embarques e limitações estruturais manteve o frete rodoviário em patamares elevados em diversas regiões produtoras. Em corredores estratégicos, especialmente aqueles que conectam o Centro-Oeste aos portos do Arco Sul e do Arco Norte, a demanda por transporte superou a oferta de caminhões em momentos pontuais, pressionando preços e prazos.
A safra de grãos seguiu como principal fator de estresse logístico. Com a colheita avançando em ritmo distinto entre regiões, houve deslocamento de frota para áreas de maior demanda, provocando desequilíbrios temporários e encarecimento do frete em polos menos atendidos. O boletim destaca que produtores que não travaram contratos antecipados de transporte ficaram mais expostos à volatilidade dos preços.

No ambiente portuário, apesar de avanços operacionais e investimentos recentes, ainda foram registrados períodos de fila e aumento do tempo médio de espera para embarque, sobretudo em terminais com maior concentração de soja, milho e farelo. A eficiência operacional variou entre portos, com melhor desempenho relativo no Arco Norte, que segue ampliando sua participação nas exportações, embora ainda enfrente limitações de acesso terrestre em alguns trechos.
Outro ponto de atenção foi a armazenagem. O boletim indica que a capacidade estática continuou insuficiente em determinadas regiões, obrigando parte da produção a ser escoada rapidamente ou armazenada de forma improvisada. Esse fator aumentou a dependência do transporte imediato e reduziu a margem de negociação dos produtores, especialmente em momentos de pico da colheita.
Os custos logísticos permaneceram sensíveis à variação do diesel, que apresentou oscilações ao longo do segundo semestre, além do impacto de pedágios e da manutenção da frota. O documento ressalta que, mesmo com certa acomodação em comparação aos picos registrados em anos anteriores, o nível de custo ainda compromete a competitividade em algumas cadeias, sobretudo para produtores mais distantes dos portos.
No balanço de 2025, o boletim avalia que a logística segue como um dos principais fatores de risco para o agronegócio, exigindo planejamento cada vez mais antecipado, diversificação de rotas e maior integração entre produção, armazenagem e comercialização. A expectativa para 2026 é de continuidade dos investimentos em infraestrutura, mas com desafios persistentes, especialmente diante do crescimento da produção e da necessidade de ganhos adicionais de eficiência para sustentar a competitividade das exportações brasileiras.








Comentários (0)
Comentários do Facebook