Fertilização in vitro impulsiona produção leiteira e sustentabilidade no Sul de Minas

Produtores de leite de quatro municípios do Sul de Minas — Santa Rita de Caldas, Caldas, Ipuiúna e Senador José Bento — estão colhendo os frutos de um investimento estratégico em melhoramento genético.

Fertilização in vitro impulsiona produção leiteira e sustentabilidade no Sul de Minas
Ilustrativa

Crédito: MSD

Produtores de leite de quatro municípios do Sul de Minas — Santa Rita de Caldas, Caldas, Ipuiúna e Senador José Bento — estão colhendo os frutos de um investimento estratégico em melhoramento genético. Por meio da técnica de fertilização in vitro (FIV), pequenos pecuaristas estão ampliando a produtividade dos rebanhos e promovendo uma pecuária mais sustentável e competitiva.

A iniciativa é resultado da parceria entre a Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), o Sebrae Minas e prefeituras locais. Desde 2020, o projeto faz parte do programa Sebraetec FIV, que oferece subsídios de 70% no custo da transferência de embriões. Os 30% restantes são pagos pelo produtor.

“O Sul de Minas tem muitos pequenos criadores que precisam melhorar sua produção, mas a FIV sempre foi uma tecnologia de alto custo. Com essa parceria, conseguimos tornar o acesso viável e promover resultados concretos”, explica Rodrigo Beck Júnior, coordenador técnico regional da Emater-MG.

A instituição é responsável por mobilizar os produtores, orientar a documentação e prestar assistência técnica desde a gestação até o nascimento dos bezerros.

Mais de 30 produtores já aderiram ao programa, entre eles Eliton Ferreira Silva, que sonhava em ter um rebanho de girolando.

“Sempre quis, mas não tinha condições financeiras. Com o programa, consegui realizar esse sonho. A produção aumentou muito, os animais são mais resistentes e férteis”, comemora. Hoje, seu rebanho ultrapassa 100 cabeças, sendo 57 nascidas por fertilização in vitro.

Menos animais, mais leite e menor impacto ambiental

A FIV consiste na coleta de óvulos de vacas de alto potencial genético, que são fecundados em laboratório com sêmen de touros selecionados. Os embriões são, então, transferidos para receptoras, que levam a gestação adiante. Segundo Beck, os benefícios vão além do aumento de produtividade.

“Com genética superior, é possível produzir mais leite com menos animais, o que reduz as emissões de gases de efeito estufa, a necessidade de áreas para pastagem, a produção de dejetos e o consumo de água”, destaca.

Ivan Figueiredo, analista técnico do Sebrae Minas, avalia que o programa tem potencial transformador.

“A expectativa é ampliar a iniciativa nos municípios já atendidos e levar a FIV para novas localidades, como Jacutinga, São Pedro da União e Guaranésia. Estamos construindo uma pecuária mais eficiente, rentável e alinhada às demandas ambientais e de mercado.”

Criado em 2019, o Sebraetec FIV atende tanto produtores de leite quanto de gado de corte. Para participar, o interessado deve procurar o escritório da Emater-MG, apresentar documentos pessoais, inscrição de produtor rural, e possuir pelo menos 10 animais aptos para o protocolo reprodutivo.

 

Com informações do Gov. de Minas Gerais
FONTE: Agro+
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