Status de livre de febre aftosa sem vacinação abre novo horizonte para a pecuária brasileira
Reconhecimento da OMSA abre portas para a carne brasileira

O Brasil vive a expectativa de ser oficialmente reconhecido como país livre da febre aftosa sem vacinação nesta quinta-feira (29), durante a 92ª Assembleia Geral da Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), em Paris.
O feito será histórico: encerra mais de cinco décadas de combate à doença, fortalece a imagem sanitária do país e abre portas para mercados exigentes, como Japão e Coreia do Sul.
A certificação será entregue diante de delegações de mais de 180 países, consolidando o país no mais alto patamar de sanidade animal internacional.
Até então, apenas Santa Catarina, Paraná, Rio Grande do Sul, Acre, Rondônia e partes do Amazonas e Mato Grosso possuíam o status reconhecido internacionalmente.
Agora, mais de 20 estados e o Distrito Federal passam a integrar a lista, após aprovação da Comissão Científica da OMSA em fevereiro deste ano.
Com o avanço, cada estado se prepara para colher os frutos do reconhecimento, mas o alerta permanece: surtos recentes em países como Alemanha, Hungria e Eslováquia reforçam a necessidade de manter o controle sanitário rigoroso.
Mato Grosso celebra marco histórico após quatro décadas de combate
O Mato Grosso, maior produtor de carne bovina do país, encerra uma luta de mais de 40 anos contra a febre aftosa. O estado, que já possuía parte de seu território reconhecido internacionalmente, agora conquista o status completo sem vacinação.
A medida fortalece sua posição como líder em sanidade e acesso a mercados premium.
O gerente executivo do FESA-MT, Juliano Latorraca Ponce, destaca que a certificação sem vacinação eleva a competitividade do Estado e impulsiona novos investimentos.
“Vamos acessar mercados mais exigentes, com valorização maior do nosso rebanho bovino e suíno. O FESA seguirá como pilar estratégico na vigilância sanitária”, disse.
Pará aposta em novo ciclo de desenvolvimento
Com o segundo maior rebanho nacional, o Pará deixou de vacinar seus animais há um ano e reforçou a vigilância ativa com apoio dos produtores rurais.
“Estamos nos tornando uma zona livre de febre aftosa sem vacinação, o que representa um marco para a nossa pecuária. Isso abre mercados mais exigentes, gera empregos e valoriza a produção paraense”, afirmou Jamir Macedo, diretor-geral da Adepará.
A diretora de Defesa e Inspeção Animal, Graziela Oliveira, destacou o papel do Fórum de Saúde Animal como espaço para alinhar estratégias e trocar experiências sobre vacinas, prevenção e ações emergenciais.
“São debates técnicos que fortalecem nosso serviço veterinário oficial”, disse.
Ceará conquista status inédito e amplia acesso global
O Ceará também será oficialmente declarado livre da febre aftosa sem vacinação durante o evento em Paris. Segundo o presidente da Adagri, Elmo Aguiar, o reconhecimento é resultado de um esforço coletivo de anos, com foco em vacinação, vigilância sanitária e controle de trânsito animal.
“Esse status permitirá que nossos produtos cheguem a mercados globais. Isso só foi possível pelo empenho do governador Elmano de Freitas, dos nossos técnicos e do apoio de parceiros”, comemorou.
Amazonas mira exportações com selo sanitário internacional
No Norte, o Amazonas celebra o reconhecimento como área livre de aftosa sem vacinação.
Segundo o secretário de Produção Rural, Daniel Borges, a conquista reflete o compromisso do estado com a pecuária e impulsiona a abertura de mercados.
Muni Lourenço, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Amazonas (Faea), destacou o potencial da carne amazonense com o novo selo. “Temos agora a perspectiva de entrar em mercados como Canadá, Japão e Coreia do Sul, que valorizam a certificação sanitária”, afirmou.
Mato Grosso do Sul mira mercados mais sofisticados
Com exportações já consolidadas para China, Estados Unidos e União Europeia, Mato Grosso do Sul vê na nova certificação uma chance de alcançar mercados mais exigentes.
“Vamos competir com estados como Santa Catarina, que até então tinha exclusividade em mercados de alto padrão”, afirmou Jaime Verruck, secretário de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação.
O estado espera atrair novos investimentos no processamento de carnes e na cadeia produtiva de bovinos e suínos.
São Paulo colhe os frutos de esforço conjunto
Presente em Paris para a cerimônia, o coordenador da Defesa Agropecuária de São Paulo, Luiz Henrique Barrochelo, celebrou o momento.
“Esse reconhecimento é resultado de um trabalho técnico e persistente. O mundo agora enxerga o território brasileiro no mais alto nível de sanidade animal”, afirmou.
Tocantins reforça compromisso sanitário e mira novos mercados
O Tocantins também celebra o reconhecimento internacional como zona livre de febre aftosa sem vacinação.
Representando o estado na Assembleia da OMSA, o vice-presidente da Agência de Defesa Agropecuária (Adapec), Lenito Abreu, destacou a importância do momento para o setor produtivo local.
“O reconhecimento internacional é um passo importante para a abertura de novos mercados e reforça o compromisso do Governo do Tocantins com a defesa agropecuária e os produtores rurais”, afirmou. Ele ressaltou ainda que a participação do estado no evento é uma oportunidade para discutir os desafios futuros e consolidar a evolução do status sanitário tocantinense.
O que é a febre aftosa?
A febre aftosa é uma doença viral altamente contagiosa que afeta animais de casco fendido, como bovinos, suínos, caprinos e ovinos.
A erradicação da doença permite o livre comércio de animais, produtos e subprodutos de origem animal, assegurando maior competitividade à agropecuária nacional.
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