Em reestruturação, Raízen vende usina em Leme por R$ 425 milhões
Venda faz parte de um pacote de desinvestimentos de R$ 1 bilhão

A Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, anunciou nesta segunda-feira (12/5) a venda da usina de cana-de-açúcar Leme, localizada no polo de Piracicaba (SP), por R$ 425 milhões.
Os compradores são a Ferrari Agroindústria S.A. e a Agromen Sementes Agrícolas Ltda.A usina possui capacidade instalada de 1,8 milhão de toneladas por safra.
Além do ativo industrial, a operação inclui a cessão de aproximadamente 1,5 milhão de toneladas de cana-de-açúcar.
A venda faz parte de um pacote de desinvestimentos anunciado em dezembro de 2024, que totaliza R$ 1 bilhão.
A estratégia visa reciclar o portfólio de ativos, reduzir o endividamento e capturar eficiência agroindustrial.
A conclusão da operação está sujeita à aprovação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
A Raízen enfrenta desafios financeiros, com a dívida líquida atingindo R$ 38,6 bilhões no terceiro trimestre da safra 2024/2025, elevando a alavancagem para 3,0 vezes.
Desde o IPO em 2021, as ações da Raízen acumulam queda de 75,7%, refletindo as dificuldades enfrentadas pela companhia.
Conglomerado
A Cosan, controladora da Raízen, Rumo, Compass, Moove e Radar, também passa por reestruturação.
Em novembro de 2024, Marcelo Martins assumiu como CEO da Cosan, enquanto Nelson Gomes passou a liderar a Raízen.
No balanço de 2024, o conglomerado registrou um prejuízo líquido de R$ 9,42 bilhões, revertendo o lucro de R$ 1,09 bilhão reportado no ano anterior.
O resultado foi impactado por ajustes contábeis, incluindo impairments (depreciações) de investimentos e ativos, além de perdas relacionadas à venda de sua participação na Vale.
A Cosan, fundada em 1936, expandiu suas operações ao longo das décadas, atuando nos setores de energia, açúcar, logística e gás natural.
Em 2010, formou a Raízen em parceria com a Shell. O resultado financeiro do grupo também foi pressionado pelo segmento corporativo da Cosan.
A holding reportou impacto negativo de R$ 5,3 bilhões em seu resultado financeiro, reflexo da variação cambial negativa de R$ 3,5 bilhões e do aumento no custo da dívida.
Em resposta, a empresa intensificou esforços para reduzir sua alavancagem.
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