Brasil deixou de exportar até 100 mil toneladas de frango por gripe aviária, diz Mapa
Fávaro convoca coletiva e Lula lamenta impacto da doença
Brasil exporta para cerca de 160 países e, atualmente, 128 mantêm seus mercados abertos. (Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná)
O Brasil deixou de exportar entre 50 mil e 100 mil toneladas de carne de frango devido ao impacto inicial do caso de gripe aviária registrado em uma granja comercial de matrizeiros em Montenegro (RS), segundo estimativa do Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa).
A informação foi dada nesta terça-feira (2) pelo secretário de Comércio e Relações Internacionais da pasta, Luís Rua, durante coletiva na Conbrasul Ovos 2025, em Gramado (RS).
Rua ponderou, no entanto, que o número exato é difícil de mensurar. Isso porque, segundo ele, o volume não exportado não necessariamente permanece no mercado interno, mas vem sendo redirecionado para outros países onde não há restrições totais ou onde os embarques seguem parcialmente liberados.
“O Brasil exporta para cerca de 160 países e, atualmente, 128 mantêm seus mercados abertos. Isso é fruto de um esforço antigo do governo para garantir a regionalização das medidas sanitárias”, afirmou o secretário. Ele destacou ainda que, apesar dos embargos pontuais, países como Jordânia, Kuwait e Bolívia já reduziram as restrições.
A expectativa do governo, segundo Rua, é de que esse movimento de flexibilização continue nos próximos dias. “Estamos vendo avanços diários. A tendência é que, em poucas semanas ou meses, consigamos uma solução para esses entraves”, afirmou.
Anta Gorda fora da lista; seis casos seguem em investigação
Nesta terça-feira (3), o Mapa confirmou que a suspeita de gripe aviária em uma granja comercial de Anta Gorda (RS) foi descartada.
O foco, que vinha sendo monitorado desde 26 de maio, envolvia galinhas e estava sob análise do Laboratório Federal de Defesa Agropecuária (LFDA), em Campinas (SP). O resultado do exame deu negativo para o vírus H5N1.
Com isso, Anta Gorda deixa de figurar como foco em granja comercial — categoria que gera maior risco de embargos por parte de países importadores.
Até o momento, o único caso confirmado em criação comercial no Brasil é o de Montenegro (RS), detectado em 15 de maio. A partir de 22 de maio, após a desinfecção da unidade, o país entrou em um período de observação de 28 dias.
Segundo o painel atualizado do Mapa, seis casos seguem sob investigação. Todos envolvem criações domésticas ou aves silvestres:
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Quixeramobim (CE) – Galinha e pato, criação doméstica
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Itajuípe (BA) – Galinha, criação doméstica
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Belo Horizonte (MG) – Pombo, animal silvestre (vida livre)
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Novo Cruzeiro (MG) – Galinha, criação doméstica
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Santo Antônio do Monte (MG) – Pombo, animal silvestre
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Brasília (DF) – Irerê, animal silvestre
O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, convocou uma coletiva de imprensa para esta quarta-feira (4), com o objetivo de apresentar atualizações sobre a emergência zoossanitária.
Lula se manifesta sobre o caso
Também nesta terça-feira, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva comentou o avanço da gripe aviária no Rio Grande do Sul.
Durante entrevista coletiva no Palácio do Planalto, o presidente classificou a situação como “triste” e ressaltou que o país precisa lidar com responsabilidade com o status de maior exportador global de proteína animal.
“Temos que saber que nossa responsabilidade aumenta quando viramos o maior exportador de carne, frango e carne suína. Temos que ter cuidado com aquilo que criamos. Quando exportamos, não somos nós que medimos qualidade — são os compradores que exigem”, afirmou Lula.
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