Polícia prende empresários por receptação de carga de soja desviada em Cuiabá
Suspeitos tentaram forjar nota fiscal após o golpe

A Polícia Civil de Mato Grosso prendeu dois empresários suspeitos de receptação qualificada de uma carga de soja desviada, nesta segunda-feira (2), em Cuiabá.
A ação foi realizada por agentes da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), após denúncia de um motorista que teve a rota alterada durante o transporte de grãos.
Segundo a polícia, o caminhoneiro havia carregado 45,8 toneladas de soja no município de Itanhangá, com destino a uma empresa na capital. O nome dos empresários não foi revelado.
No trajeto, ele recebeu uma ligação com nova orientação para descarregar a carga em outro endereço, sob a justificativa de um suposto redirecionamento da contratante. Após o descarregamento, o verdadeiro proprietário entrou em contato e alertou que se tratava de um golpe, de acordo com os policiais.
A equipe da GCCO foi acionada e encontrou os suspeitos em posse de nota fiscal emitida apenas após a comunicação do crime, numa tentativa de conferir aparência legal à operação.
Os empresários foram levados à delegacia, interrogados pelo delegado Mário Santiago e autuados em flagrante por receptação qualificada.
A carga foi recuperada e devolvida à vítima. Os presos foram encaminhados à audiência de custódia e seguem à disposição da Justiça.
As investigações continuam para identificar outros envolvidos no esquema, incluindo possíveis cúmplices ou empresas que tenham se beneficiado do desvio.
“A Polícia Civil está comprometida em combater o crime organizado e os delitos que afetam diretamente a economia e a segurança no transporte de cargas. A rápida resposta da GCCO garantiu a recuperação da carga e a prisão dos responsáveis”, afirmou o delegado Santiago.
Esquemas similares
O caso ocorre em meio a uma série de crimes envolvendo grãos no estado. Em abril, a Polícia Civil deflagrou a Operação Frota Oculta contra uma quadrilha especializada em furtos de soja e milho em fazendas de Mato Grosso. Ao todo, foram cumpridas 57 ordens judiciais em Nova Mutum, Tangará da Serra e General Carneiro.
A investigação apontou prejuízos superiores a R$ 2,5 milhões. Os criminosos contavam com apoio de funcionários das propriedades rurais, que facilitavam o acesso de caminhões sem autorização dos donos.
Outro esquema veio à tona na semana passada no Paraná. A Polícia Civil local desmontou uma organização criminosa suspeita de furtar, adulterar e revender cargas de soja misturadas com areia, além de fertilizantes fraudados com calcário.
De acordo com os investigadores, o prejuízo ultrapassa R$ 15 milhões. As cargas, armazenadas de forma clandestina, eram reembaladas para parecerem intactas.
Parte da mercadoria adulterada chegou a ser exportada. A apuração começou em 2022, após o furto de uma carga de fertilizantes avaliada em R$ 95 mil. Desde então, mais de 100 cargas desviadas foram identificadas.
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