Exportações de frango e milho serão mais afetadas com guerra no Oriente Médio

Países árabes são destino de 30 porcento das exportações de aves e Irã é o maior comprador do milho brasileiro

Exportações de frango e milho serão mais afetadas com guerra no Oriente Médio
Ilustrativa

escalada do conflito entre Israel e Irã pode impactar significativamente as exportações brasileiras de frango e milho, segundo alerta da consultoria Cogo Inteligência em Agronegócio.

O agravamento das tensões no Golfo Pérsico ameaça interromper importantes rotas comerciais, especialmente pelo Estreito de Ormuz, afetando diretamente a logística global e pressionando custos operacionais.

De acordo com a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), cerca de 30% das exportações brasileiras de carne de frango são destinadas a países islâmicos, destacando-se o Irã como um dos principais compradores.

Em paralelo, o Irã também figura como o maior importador de milho brasileiro, reforçando o risco de prejuízos significativos caso o conflito se intensifique. Em 2024, o país importou US$ 921 milhões de milho.

As exportações totais do Brasil para o Irã somaram US$ 3 bilhões, com destaque também para soja, farelos e açúcares em 2024. Bem mais modestas, as exportações brasileiras para Israel somaram US$ 219,5 milhões no ano passado.

Alta da ureia

Além das consequências diretas para as exportações, o relatório da Cogo alerta para outros efeitos colaterais de uma possível escalada no conflito.

preço dos fertilizantes nitrogenados, essenciais para a agricultura brasileira, já apresenta alta significativa devido ao risco de interrupção no fornecimento pelo Irã, terceiro maior exportador mundial de ureia.

Essa situação é agravada pelo bloqueio recente do fornecimento de gás israelense ao Egito, interrompendo a produção de fertilizantes no país e resultando na retirada de várias ofertas do mercado global, com elevação imediata dos preços no Oriente Médio, Estados Unidos e Brasil.

Custos do frete

Outro fator preocupante é a elevação do preço do petróleo, já atingindo a faixa de US$ 90 a US$ 100 o barril, podendo superar esse patamar com novos confrontos ou bloqueios marítimos.

O diesel, principal combustível utilizado no transporte agrícola brasileiro, encarece diretamente os custos de fretes marítimos e rodoviários, aumentando significativamente os custos operacionais das empresas brasileiras.

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