COP30: força-tarefa é anunciada para enfrentar crise de hospedagem em Belém

A 80 dias do início da conferência, apenas 47 das 196 delegações confirmaram presença

COP30: força-tarefa é anunciada para enfrentar crise de hospedagem em Belém
Ilustrativa

Esforço será direcionado inicialmente aos 72 países que compõem os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento. (Foto Fabiola Sinimbú/Agência Brasil)

A Secretaria Extraordinária da COP30, e o presidente da conferência, embaixador André Corrêa do Lago, anunciaram nesta sexta-feira (22) a criação de uma força-tarefa para lidar com a crise provocada pelos altos preços da hospedagem em Belém (PA), sede da Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP30), marcada para novembro.

“Nós estamos atentos e conscientes das preocupações dos países. Nós precisamos naturalmente que todos consigam vir para a COP, que consigam resolver seus problemas de acomodação. Então nós anunciamos uma força-tarefa”, afirmou Corrêa do Lago.

O governo brasileiro pediu que a ONU amplie auxílio financeiro dado às nações para participar da conferência. O esforço será direcionado inicialmente aos 72 países que compõem os Pequenos Estados Insulares em Desenvolvimento (SIDS, na sigla em inglês) e os Países Menos Desenvolvidos (LDCs). Posteriormente, será ampliado às demais delegações.

A 80 dias do início da conferência, apenas 47 das 196 delegações confirmaram presença e garantiram hospedagem, segundo dados divulgados pela Casa Civil e pela Secop (Secretaria Extraordinária para a COP30). Na edição anterior, em Baku, 193 países participaram. 

De acordo com o secretário extraordinário da COP30, Valter Correia, 39 confirmações foram feitas pela plataforma oficial e outras oito — entre elas Arábia Saudita, Egito, Espanha, Japão, Noruega, Portugal, República Democrática do Congo e Singapura — ocorreram por meio de negociações diretas com hotéis e plataformas independentes. 

Pressão por subsídios

Em reunião com o Bureau da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima (UNFCCC), alguns países pediram subsídios brasileiros para cobrir parte dos custos de hospedagem. A secretária-executiva da Casa Civil, Miriam Belchior, descartou a hipótese. 

“Não há como subsidiar delegações de países, inclusive delegações de países mais ricos que o Brasil”, disse. 


Ela ressaltou que os demais planos operacionais, de segurança, saúde e transporte, estão dentro do cronograma acordado com a ONU e que a expectativa é destravar o processo de reservas a partir de reuniões bilaterais com as delegações.

“Nós acreditamos que boa parte dos países estava esperando essa reunião para seguir para o passo seguinte das reservas. Com esses encontros, acreditamos que será possível confirmar o primeiro lote de hospedagens”, completou Belchior. 

Ajustes e alternativas 

Entre as medidas imediatas, está o desmembramento de blocos de acomodações da plataforma oficial, oferecendo períodos menores de diárias para ampliar as opções. 

Belchior também esclareceu que os transatlânticos contratados para receber delegações estarão disponíveis apenas durante o período oficial da COP30. Caso as negociações se estendam além da data prevista, os participantes serão remanejados para hotéis da cidade. 

“Entendemos que os cinco primeiros dias da COP serão o pico de acomodações. Depois, a tendência é diminuir”, explicou.