Conab lança pacote de R$ 300 milhões para movimentar 630 mil toneladas de arroz e sustentar preços ao produtor
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou em Porto Alegre, um novo conjunto de medidas para apoiar o setor orizícola e garantir renda aos produtores.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou em Porto Alegre, um novo conjunto de medidas para apoiar o setor orizícola e garantir renda aos produtores. A iniciativa prevê a movimentação de até 630 mil toneladas de arroz da safra 2024/25, com investimento estimado em R$ 300 milhões por meio de instrumentos da Política de Garantia de Preços Mínimos (PGPM).
O presidente da estatal, Edegar Pretto, apresentou o plano em coletiva de imprensa ao lado de representantes da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz) e da Associação Brasileira da Indústria do Arroz (Abiarroz). O objetivo é equilibrar os preços de mercado e escoar o excedente de produção, estimulando a continuidade do cultivo no país.
“Queremos que o produtor siga plantando arroz. Se o preço não for atrativo, ele muda de cultura. O que estamos fazendo é garantir que valha a pena continuar investindo”, afirmou Pretto.
Entre os mecanismos que serão acionados estão o Prêmio para Escoamento de Produto (PEP), o Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) e as Aquisições do Governo Federal (AGF). Essas ferramentas são aplicadas quando o preço de mercado fica abaixo do valor mínimo fixado pelo governo. No Rio Grande do Sul, principal estado produtor, o preço da saca de 50 quilos está em torno de R$ 58, enquanto o mínimo é de R$ 63,64 — uma diferença de mais de R$ 5 por saca.

As operações de PEP e Pepro devem movimentar, juntas, cerca de 500 mil toneladas de arroz, com início previsto para os próximos 15 dias. No PEP, a Conab concede subvenção a indústrias e comerciantes que comprarem o produto diretamente de produtores pelo preço mínimo, desde que o escoem para fora da região Sul. Já no Pepro, o benefício é pago ao agricultor que comprovar a venda e o transporte do arroz por valor equivalente ao preço mínimo somado ao prêmio. O investimento total nas duas modalidades deve alcançar R$ 100 milhões.
Além disso, a Conab vai realizar Aquisições do Governo Federal (AGF), comprando cerca de 137 mil toneladas de arroz diretamente dos produtores, o que deve representar aporte de até R$ 200 milhões e reforçar os estoques públicos estratégicos.
Com essas ações, a estatal busca conter as perdas provocadas pela queda nas cotações e manter a sustentabilidade econômica do cultivo. No total, o governo federal já destinou aproximadamente R$ 1,5 bilhão em apoio aos orizicultores nesta safra.
Segundo o 1º levantamento da safra de grãos 2025/26, divulgado recentemente pela Conab, o Rio Grande do Sul segue como o maior produtor de arroz do país. Mesmo assim, o recuo dos preços deve levar a uma retração de 3,1% na área plantada e de 10,5% na produção, estimadas em 938,1 mil hectares e 7,8 milhões de toneladas. Apesar da redução, a estatal avalia que o cenário climático favorece o desenvolvimento das lavouras, com reservatórios em níveis adequados e boas condições de radiação e temperatura nos meses críticos da cultura.







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