Mercado Financeiro Notícias Algodão segue com preços firmes
Algodão entra em reta final do ano com mercado mais cauteloso, mas preços seguem sustentados pela firmeza dos vendedores
Negociações perdem ritmo no mercado spot, enquanto contratos futuros ganham protagonismo nas decisões comerciais. Com a aproximação do encerramento do calendário anual, o mercado de algodão em pluma passa por um movimento natural de desaceleração nas negociações à vista.
Agentes comerciais, tradings e produtores ajustam o foco, reduzindo a intensidade das operações no mercado spot e direcionando atenções para a organização logística dos carregamentos já firmados. Mesmo diante desse ritmo mais contido, o ambiente de preços segue relativamente firme, sustentado principalmente pela postura cautelosa e estratégica dos vendedores, que evitam ampliar a oferta em um momento de menor liquidez. Ao mesmo tempo, a presença de compradores com necessidades imediatas de aquisição impede quedas mais acentuadas nas cotações.
Segundo analistas do setor, parte da demanda opta por aguardar a retomada mais intensa das atividades no início do próximo ano, apostando em maior clareza sobre o cenário macroeconômico e cambial. No entanto, há um grupo relevante de indústrias que segue ativo, fechando negócios para recebimento no começo de 2026, tanto com preços fixos quanto em modalidades indexadas ao Indicador CEPEA/ESALQ e à Bolsa de Nova York, refletindo estratégias distintas de proteção e gestão de risco em um mercado ainda marcado por incertezas globais.
Campo, clima e planejamento da segunda safra influenciam expectativas para a produção brasileira de algodão

Enquanto o mercado ajusta o ritmo comercial, no campo os produtores acompanham atentamente as condições climáticas e o desenvolvimento das lavouras, especialmente nas regiões onde a cultura do algodão depende diretamente do bom desempenho da soja na primeira safra. A fase final da oleaginosa é decisiva, pois antecede o plantio do algodão de segunda safra, sistema amplamente adotado no Brasil e que exige precisão no calendário agrícola. Qualquer atraso na colheita da soja ou irregularidade climática pode comprometer o potencial produtivo do algodão, elevando os custos e os riscos da atividade.
De acordo com dados recentes da Conab, a produção brasileira de algodão na safra 2025/26 está estimada em 3,96 milhões de toneladas, volume 2,9% inferior ao da temporada anterior. A leve retração reflete, sobretudo, o crescimento limitado da área cultivada, projetado em apenas 0,7% frente à safra 2024/25. Esse cenário revela um produtor mais cauteloso, que pondera margens, custos de produção e volatilidade de preços antes de ampliar investimentos.
Ainda assim, a expectativa é de que o Brasil mantenha posição de destaque no mercado internacional, sustentado por produtividade elevada, qualidade da fibra e uma cadeia cada vez mais profissionalizada, mesmo em um ambiente de ajustes e decisões estratégicas mais conservadoras.
AGRONEWS








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