Brasil registra primeiro caso de gripe aviária em granja comercial e decreta emergência sanitária

Confirmação em matrizeiro de Montenegro (RS) aciona protocolos rigorosos

Brasil registra primeiro caso de gripe aviária em granja comercial e decreta emergência sanitária
Ilustrativa

Brasil confirmou, pela primeira vez, a presença do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade (IAAP) em uma unidade de produção comercial.

O foco foi identificado em uma granja de matrizes de aves localizada no município de Montenegro, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS), conforme anunciou o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) nesta sexta-feira (16).

confirmação da doença em um sistema de avicultura comercial marca um novo estágio no monitoramento sanitário do país, que até então havia registrado apenas casos isolados em aves silvestres ou de subsistência.

Desde 2006, a IAAP circula em países da Ásia, África e Europa, mas o Brasil vinha mantendo seu status livre de ocorrência em granjas comerciais. 

Diante da situação inédita, o Mapa declarou estado de emergência zoossanitária por 60 dias, por meio da Portaria nº 795, publicada no Diário Oficial da União.

medida estabelece uma zona de controle em um raio de 10 quilômetros ao redor da propriedade afetada e autoriza a adoção imediata de ações de contenção, como interdições, controle do trânsito de aves e produtos avícolas, intensificação das fiscalizações e, se necessário, o sacrifício sanitário de animais.

 

A portaria foi assinada pelo ministro Carlos Fávaro e permite que a área de emergência seja ampliada, conforme o avanço das investigações epidemiológicas conduzidas pela Secretaria de Defesa Agropecuária. 

Consumo de carne e ovos segue seguro, diz governo

Em nota oficial, o Mapa reforçou que a influenza aviária não é transmitida por meio do consumo de carne de frango ou ovos.

“A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo”, afirmou o ministério. 

O risco de infecção humana pelo vírus é considerado baixo e geralmente está associado a pessoas que mantêm contato direto com aves vivas ou mortas infectadas, como trabalhadores de granjas. 

Ações de resposta e cooperação internacional

As medidas previstas no Plano Nacional de Contingência para Influenza Aviária já foram acionadas.

Equipes federais e estaduais estão atuando em conjunto com o setor produtivo para garantir a contenção do foco e evitar a propagação do vírus. As ações incluem vigilância ativa, coleta de amostras, testagens laboratoriais e inspeções clínicas nas propriedades da região afetada, que é um importante polo da avicultura nacional. 

Brasil também notificou oficialmente a Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA), os Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente, os parceiros comerciais e os representantes das cadeias produtivas envolvidas.

Prevenção e vigilância constante

Segundo o Mapa, o Serviço Veterinário brasileiro vem sendo capacitado desde o início dos anos 2000 para lidar com situações como essa.

O país adota uma série de medidas preventivas há quase duas décadas, incluindo vigilância de aves silvestres, monitoramento em criações comerciais e de subsistência, treinamentos constantes de técnicos, ações de educação sanitária e fiscalização nos pontos de entrada de animais e produtos. 

Essas ações foram fundamentais para manter o Brasil livre da doença na avicultura comercial por quase 20 anos. Agora, diante do novo cenário, o setor avícola e as autoridades sanitárias permanecem em alerta máximo, com a possibilidade de novas medidas serem anunciadas nos próximos dias.

FONTE: AgrofyNews
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