Com guerras mundo afora, Brasil antecipa e realiza maior compra de fertilizantes até maio

Conflitos pressionam mercado global e país acelera importações com foco em fontes alternativas de fósforo

Com guerras mundo afora, Brasil antecipa e realiza maior compra de fertilizantes até maio
Ilustrativa

agravamento de conflitos mundo afora, especialmente no Oriente Médio, acendeu um alerta global e atingiu em cheio o campo brasileiro.

escalada entre Irã e Israel impactou diretamente os preços do petróleo e elevou os custos de fertilizantes nitrogenados — insumo essencial para culturas como o milho safrinha.

Diante do cenário de incertezas e volatilidade no mercado internacional, o Brasil se antecipou e registrou o maior volume histórico de importações de fertilizantes entre janeiro e maio.

Segundo relatório do Rabobank, divulgado na quarta-feira (26), foram 15,2 milhões de toneladas desembarcadas no período, movimento que reforça o preparo do setor para a próxima safra.

 banco destaca que a instabilidade no Oriente Médio — com paralisações na produção de ureia e amônia no Irã e no Egito — aumentou os riscos logísticos e empurrou os preços para cima.

Embora o Brasil ainda não tenha sentido o impacto pleno dessa escalada, o setor agrícola correu para garantir o abastecimento antes de uma possível disparada nos preços.

Foco em alternativas de fósforo

Além do risco geopolítico, o mercado enfrenta redução na oferta global de fósforo, influenciada pela menor presença da China nas exportações.

Com isso, os produtores brasileiros passaram a recorrer a alternativas ao tradicional MAP (fosfato monoamônico), que teve queda de 14% nas importações em relação à média dos últimos cinco anos.

Foto: Claudio Neves/Portos do Paraná

As compras de Superfosfato Simples (SSP) e Superfosfato Triplo (TSP) dispararam — com crescimento de 112% e 84%, respectivamente. Essas fontes têm boa aceitação no manejo e mostram a capacidade de adaptação do agricultor brasileiro frente à volatilidade do mercado global.

Quando considerado o volume total de fósforo importado com base no teor de PO (óxido de fósforo), o acumulado até maio já supera tanto o total de 2024 quanto a média dos últimos cinco anos.

Grande parte desses insumos está voltada para o cultivo do milho safrinha, que demanda forte adubação.

Até março, as entregas ao consumidor final somaram 9,4 milhões de toneladas e, até o fim do ano, a projeção é que o total supere 46 milhões de toneladas, consolidando um ritmo acelerado de movimentação.

Pressão internacional e papel do Plano Safra

A demanda global também segue aquecida, puxada pela Índia, que mantém grandes compras de ureia e fósforo com forte apoio governamental. Esse movimento contribui para manter o mercado tensionado, podendo gerar pressões pontuais nos preços internacionais, inclusive para o Brasil.

No caso da ureia, os preços têm oscilado com o avanço do conflito Irã–Israel e as incertezas no transporte pelo Estreito de Ormuz. O Rabobank avalia que, se a tensão persistir, o Brasil poderá ser diretamente afetado, sobretudo no segundo semestre, quando o foco recai sobre o planejamento da próxima safra.

A definição do Plano Safra também será decisiva: os recursos previstos para custeio e aquisição de insumos devem garantir previsibilidade ao produtor e facilitar o acesso ao crédito, especialmente num ambiente global ainda marcado por guerras e instabilidade logística.

FONTE: AgrofyNews
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