Clima inclemente mantém castigo ao Rio Grande do Sul com frio, geada e chuvas
Frente fria também castiga lavouras e rebanhos em MS e SP

O Rio Grande do Sul segue enfrentando um dos períodos mais críticos do ano. O avanço de uma nova frente fria, aliado a um sistema de baixa pressão, provoca chuvas moderadas a fortes nesta quinta-feira (26), principalmente nas regiões Norte, Nordeste, Serra, Noroeste, Vales e Litoral Norte.
Segundo a Defesa Civil estadual, os acumulados podem ultrapassar os 70 mm/dia em áreas próximas à divisa com Santa Catarina.
Ao longo da manhã, alertas já haviam sido emitidos para a Região Metropolitana de Porto Alegre e áreas dos vales.
Desde o início da temporada de chuvas, cinco pessoas morreram em decorrência dos temporais, com registros em Aratiba, Candelária, Nova Petrópolis (com dois óbitos), e Sapucaia do Sul. Um homem segue desaparecido após o carro em que viajava ser levado pela água.
De acordo com a MetSul Meteorologia, o fim de semana reserva um novo episódio de chuva intensa, com risco elevado de alagamentos, transbordamento de arroios e rios, e deslizamentos de terra, especialmente entre o final da tarde de sábado (28) e a manhã de domingo (29).
Em algumas localidades, os volumes podem chegar a 100 mm a 150 mm em apenas 12 horas, o equivalente a praticamente toda a média histórica de junho.
A preocupação é maior nas regiões das Missões, Planalto Médio, Vales, Serra, Grande Porto Alegre e Litoral Norte, onde os solos já estão saturados e os sistemas de drenagem urbana seguem comprometidos.
O nível dos rios Guaíba, Sinos e Gravataí segue alto, dificultando o escoamento das águas pluviais. Cidades como Canoas, Gravataí, Viamão e Alvorada estão em estado de alerta.
Na segunda-feira (30), o ingresso de ar mais frio deve estabilizar o tempo na maior parte do estado, com possibilidade de sol e nuvens. Contudo, há chance de chuva ou garoa no Leste e Nordeste, onde a nebulosidade deve persistir.
Impactos no agro: frio e geada atingem MS e SP
Em Mato Grosso do Sul, a entrada de uma massa de ar polar derrubou as temperaturas para 3 °C, com sensação térmica negativa em várias regiões.
As geadas registradas em junho já afetaram lavouras de milho e acenderam o alerta no campo. Segundo o SIGA/MS, cerca de 48% das lavouras de milho safrinha estão em estágios sensíveis ao frio, com risco de perdas de até 40% na produtividade.
O frio também afeta a pecuária. Em 2024, mais de 3 mil bovinos já morreram por hipotermia em 14 municípios do estado, segundo a IAGRO. A queima da pastagem reduz o valor nutricional e prejudica a alimentação do rebanho. Bezerros, vacas prenhes e animais idosos são os mais vulneráveis. Na suinocultura e avicultura, o frio intenso exige controle rigoroso de aquecimento e ventilação, sobretudo em pequenas propriedades.
A chuva deve retornar a MS entre quinta (27) e sexta-feira (28), elevando gradualmente as temperaturas e afastando, ao menos por ora, o risco de novas geadas.
São Paulo também em alerta
Na terça-feira (24), a Defesa Civil de São Paulo emitiu alerta de geada com previsão de temperaturas de até 3 °C em áreas agrícolas do interior e sul do estado válido para os próximos dias.
Lavouras sensíveis como café, cana-de-açúcar, frutíferas e hortaliças estão sob risco elevado.
A Secretaria de Agricultura e Abastecimento orienta produtores a adotarem medidas de proteção, como:
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Irrigação noturna, para manter a temperatura das plantas próximas a 0 °C;
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Cobertura do solo com palha ou plástico em hortas e pomares;
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Aplicação de calda protetora com açúcar ou melaço;
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Monitoramento constante da previsão do tempo e uso de alertas climáticos.
O período mais crítico será entre a noite de segunda (23) e a manhã de quarta (25), com a massa de ar polar atuando com mais intensidade.
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