Quais são as 13 propostas do agro para o Plano Safra 2025/2026?
Demandas incluem crédito mais robusto, fortalecimento do seguro rural e criação de política agrícola de longo prazo

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA) apresentou nesta terça-feira (29), durante reunião da bancada, as principais propostas para a construção do Plano Safra 2025/2026.
A entidade defende um modelo mais eficiente, seguro e sustentável de financiamento à produção agropecuária brasileira, com foco na ampliação de recursos públicos, no fortalecimento do seguro rural e na criação de uma política agrícola plurianual.
Na segunda-feira (28), durante a Agrishow em Ribeirão Preto, a bancada ruralista reivindicou R$ 599 bilhões em recursos para financiar a produção agropecuária e pleiteou a ampliação do Programa de Seguro Rural para R$ 6 bilhões.
As propostas apresentadas pela FPA serão protocoladas formalmente nos próximos dias, abrindo a negociação com os Ministérios da Agricultura, do Desenvolvimento Agrário, da Fazenda e com o Tesouro Nacional.
O plano elaborado pela bancada será entregue em mãos ao ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, pelo deputado federal e coordenador institucional da FPA, Alceu Moreira (MDB-RS).
Quais as 13 propostas da FPA para o Plano Safra 2025/2026?
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Ampliação da subvenção aos juros: Elevação do aporte para R$ 25 bilhões, garantindo a continuidade do crédito equalizado.
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Fortalecimento do seguro rural: Orçamento de R$ 5,99 bilhões para o Programa de Subvenção ao Prêmio do Seguro Rural (PSR) e regulamentação do Fundo de Catástrofe.
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Planejamento plurianual: Adoção de um Plano Safra de múltiplos anos, à semelhança da Farm Bill americana.
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Modernização do Manual de Crédito Rural: Inclusão de práticas de gestão de risco, inovação, sustentabilidade e acesso a mercados.
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Transparência bancária: Criação de regras para a apresentação dos Custos Administrativos e Tributários (CAT) nas operações de crédito.
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Simplificação de garantias: Digitalização de registros e fracionamento de propriedades para reduzir custos e burocracia.
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Incentivo à sustentabilidade: Redução de juros para produtores que adotem práticas como integração lavoura-pecuária-floresta e uso de bioinsumos.
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Ampliação de fontes de financiamento: Reforço nas exigibilidades bancárias e estímulo ao uso de Fiagros.
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Melhorias no acesso ao crédito: Combate à venda casada, redução de taxas abusivas e facilitação de processos para pequenos e médios produtores.
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Fortalecimento de programas de investimento: Aprimoramento de linhas como RenovAgro, InovAgro, Moderagro, Moderfrota, Proirriga e PCA.
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Renegociação de dívidas: Manutenção da taxa de juros original em prorrogações e flexibilização das condições de renegociação.
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Apoio à agricultura familiar: Ampliação dos limites do Pronaf e Pronamp e estímulo à regularização fundiária.
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Fortalecimento de políticas de comercialização: Modernização do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).
Desafios para o Plano Safra
Considerado um dos principais instrumentos de apoio ao setor produtivo, o Plano Safra enfrenta desafios como falta de recursos, burocracia e vulnerabilidade ao orçamento público. Para a próxima temporada, a estimativa é que o crédito necessário à agropecuária alcance R$ 1,3 trilhão, sendo R$ 599 bilhões via Plano Safra.
Entre as principais demandas da FPA estão o aporte de R$ 25 bilhões para a equalização de juros e a destinação de pelo menos 1% do valor total do Plano Safra — cerca de R$ 5,99 bilhões — para a subvenção ao seguro rural. A meta é dar mais previsibilidade ao produtor e evitar interrupções no crédito, como ocorreu em fevereiro deste ano.
Seguro rural e proposta de uma “Farm Bill brasileira”
Diante das perdas climáticas recentes no Rio Grande do Sul e no Centro-Oeste, a FPA propõe o fortalecimento do seguro rural, com 1% do Plano Safra destinado à subvenção. Também defende a criação de um Fundo de Catástrofe, para dar mais segurança ao produtor.
Outro ponto de destaque é a defesa da criação de uma política agrícola plurianual, inspirada na Farm Bill americana. “Nosso sonho é conseguir fazer um planejamento de cinco anos, que dê previsibilidade orçamentária e segurança para o produtor”, afirmou o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR).
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