O agro brasileiro está envelhecendo?

“Envelhecer com dignidade e propósito deve ser uma conquista coletiva"

O agro brasileiro está envelhecendo?
Ilustrativa

Segundo Antonio Prado G. B. Neto, professor, colunista e CEO da Pirecal Calcário, o Censo Demográfico de 2022 do IBGE evidencia uma realidade inegável: o Brasil está envelhecendo. A idade mediana da população subiu de 29 para 35 anos, a expectativa de vida alcança 76,8 anos e mais de 22 milhões de brasileiros têm 65 anos ou mais. No agronegócio, esse cenário também é visível: convivemos com profissionais com mais de 50 anos, agrônomos, técnicos, gestores e consultores que acumulam mais de 30 safras de experiência e que foram fundamentais na transformação do setor nas últimas décadas.

“No agro, convivemos com uma geração de profissionais com mais de 50 anos — agrônomos, técnicos, gestores e consultores com mais de 30 safras de experiência. Eles foram protagonistas da transformação do setor e ainda têm muito a contribuir”, comenta.

Mesmo com essa bagagem, muitos desses profissionais enfrentam o etarismo — preconceito silencioso que limita oportunidades com base na idade. Antonio Prado alerta que, embora as pautas de diversidade no meio corporativo tenham avançado em aspectos como gênero, raça e inclusão de pessoas com deficiência, a inclusão etária ainda é um tabu pouco debatido. E isso acontece justamente em um setor que atrai cada vez mais jovens, interessados em inovação, tecnologia e sustentabilidade.

 

A complementaridade entre gerações, destaca Prado, é uma vantagem estratégica. A valorização dos profissionais 50+ não significa excluir os mais jovens, mas promover um ambiente onde o intercâmbio de saberes, técnicas e visões de mundo fortalece o agro brasileiro. Essa convivência entre experiência e inovação é chave para o crescimento sustentável, resiliente e mais humano do setor. “Envelhecer com dignidade e propósito deve ser uma conquista coletiva. O respeito que construirmos hoje será o que colheremos amanhã”, conclui.

FONTE: Agrolink
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