Alagoas se consolida como polo leiteiro do Nordeste

Com 700 milhões de litros e R$1,4 bilhão gerados, Alagoas se destaca na produção leiteira, impulsionada por cooperativas e políticas públicas.

Alagoas se consolida como polo leiteiro do Nordeste
Ilustrativa

A produção de leite em Batalha mais que dobrou em um ano. De acordo com dados do IBGE analisados pela Agência Tatu, entre 2022 e 2023, a quantidade de leite produzido no município alagoano saltou de 14,6 milhões para 29,6 milhões de litros.

A cidade do sertão alagoano compõe também o ranking dos municípios com a maior produção de leite em Alagoas em 2023, que é composto por Major Isidoro, com 37 milhões de litros, Palmeira dos Índios, com 36 milhões de litros, Girau do Ponciano, 28 milhões de litros, e União dos Palmares, 25 milhões de litros.

Juntos, esses cinco municípios produziram mais de 155 milhões de litros de leite, em uma região conhecida como polo leiteiro de Alagoas, por apresentar uma alta concentração de produção do laticínio.

Além dos municípios do polo leiteiro, outras cidades que não fazem parte deste complexo aumentaram suas produções, como é o caso de Pilar, Mata Grande e Flexeiras, que também mais do que dobraram em um ano. Pilar apresentou o resultado mais expressivo do estado, saindo de 121 mil litros em 2022, para 700 mil litros em 2023; já Mata Grande produziu 3 milhões de litros em 2022 e 7 milhões de litros em 2023; enquanto Flexeiras aumentou de 2 milhões para 5 milhões.

Impacto no estado

A produção leiteira de Alagoas gerou mais de R$1,4 bilhão apenas em 2023, ano mais recente da pesquisa realizada pelo IBGE. Esse valor é equivalente a 87% da receita bruta de toda a agropecuária alagoana. Naquele ano, foram mais de 700 milhões de litros produzidos no estado, o equivalente a 11,3% de toda a produção da região Nordeste.

Essa transformação conta com a atuação de algumas cooperativas, como a de Produção Leiteira de Alagoas (CPLA), que fortalece e organiza a cadeia produtiva do leite no estado.

A CPLA opera também a primeira fábrica de leite em pó de uma cooperativa no Nordeste, e são mais de 60 mil litros de leite por dia captados dos produtores da bacia leiteira. Ao total, são 500 cooperados, além do vínculo com mais de 3 mil agricultores familiares, gerando, ainda, em torno de 110 empregos diretos somente na fábrica.

“Essa é a concretização do trabalho da CPLA em prol do avanço no segmento leiteiro, atendendo às demandas de beneficiamento de leite oriundo da agricultura familiar. A CPLA se consolida como empresa âncora no setor, principalmente na região do Agreste e Sertão de Alagoas, otimizando as vocações locais e agregando recursos aos produtores familiares”, ressalta Aldemar Monteiro, presidente da Cooperativa.

Apoio técnico e inovação

Para Marcos Fontes, analista da Unidade de Competitividade Setorial do Sebrae Alagoas, as cooperativas são fundamentais na captação e beneficiamento do leite, especialmente em um cenário de crescente concentração da produção nas mãos de grandes empresas. “Em Alagoas, elas desempenham um papel significativo ao potencializar a competitividade dos pequenos produtores. Assim, as cooperativas se consolidam como um pilar essencial para alcançar equidade e inclusão em um setor cada vez mais concentrado”, menciona.

Segurança alimentar e combate à fome

Além da geração de renda, a produção de leite das cooperativas também cumprem um papel social. Em 2023, seis cooperativas participaram da chamada pública para atender a demanda do Programa de Aquisição de Alimentos, na modalidade Leite (PAA Leite), em Alagoas. No período foram adquiridos mais de 15 milhões de litros de leite pelo estado, levando alimento para mais de 80 mil famílias, dos 102 municípios, em situação de insegurança alimentar.

De acordo com a Secretaria de Agricultura de Alagoas (Seagri), em 2024, foram investidos mais de R$45 milhões na compra do leite oriundo de 2.500 agricultores familiares. A CPLA, foi responsável por 27% do volume de leite adquirido no período, enquanto outras sete cooperativas também participaram da chamada pública para o programa do poder público que ajuda a minimizar os efeitos da vulnerabilidade social.

 

As informações são do Jornal Extra.

FONTE: MilkPoint. 
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