Bom Futuro reage a desvio milionário; esquema teve dois presos e rombo de até R$ 15 milhões
Investigação detalha fretes fictícios, notas frias e patrimônio de luxo acumulado pelos suspeitos ao longo de três anos
O Grupo Bom Futuro divulgou nota na noite da quinta-feira (13) após a prisão de um funcionário suspeito de integrar um esquema de fraudes que pode ter desviado entre R$ 10 milhões e R$ 15 milhões da companhia nos últimos três anos.
Além do colaborador, a Polícia Civil também deteve um empresário do setor de transportes que, segundo as investigações, seria beneficiário direto dos pagamentos fraudulentos.
As prisões ocorreram em Cuiabá e Barra do Garças, depois que o departamento de segurança da empresa identificou emissões irregulares de documentos de transporte eletrônico e acionou a Delegacia Especializada de Estelionato.
Em nota oficial, a Bom Futuro afirmou que “os fatos envolvendo o ex-colaborador estão sendo apurados pelas autoridades competentes. A empresa segue colaborando integralmente com as investigações.”
Além disso, a empresa reforça que, há mais de 40 anos, a atuação é guiada pelos valores de integridade, transparência e respeito, que orientam todas as nossas relações e práticas internas.
“Também reafirmamos publicamente nossa confiança nos mais de 7 mil colaboradores que, com ética, idoneidade e compromisso diário, representam o verdadeiro espírito da Bom Futuro”, diz a nota,
Por fim, diz que “é graças ao trabalho sério desses profissionais — que não compactuam com qualquer prática irregular — que seguimos fortalecendo nossa história, nossa cultura e os princípios que sustentam a Bom Futuro.”
Como o golpe funcionava
Segundo a Polícia Civil, o funcionário Welliton Gomes Dantas, que atuava na gestão de frotas desde 2012, usava sua posição de confiança para manipular romaneios e gerar ordens de pagamento por fretes fictícios.
Os serviços simulados eram atribuídos à empresa VS Transportes, ligada ao empresário Vinícius de Moraes Sousa, preso em Barra do Garças.
Embora os fretes constassem como realizados por terceiros, o transporte era executado com caminhões próprios do grupo. As notas fiscais e CT-es geradas permitiam liberações manuais de pagamentos irregulares, que somam mais de R$ 295 mil apenas nas autorizações identificadas inicialmente, segundo a investigação.
Confissão e patrimônio adquirido
Em depoimento, Welliton confessou a fraude e detalhou a divisão dos valores: parte cobria seus gastos pessoais, enquanto a maior parcela, segundo ele, era destinada ao empresário.
Entre os bens adquiridos com recursos ilícitos, o funcionário citou: um Hyundai Creta 2025, um caminhão Volvo 2025, um apartamento em frente ao Parque das Águas, dois lotes avaliados em mais de R$ 50 mil cada e cerca de R$ 500 mil guardados em dinheiro não declarado.

Avanço da investigação
A apuração começou após o setor de segurança do Bom Futuro identificar emissões suspeitas de documentos de transporte. A Polícia Civil localizou o funcionário em Cuiabá com documentos, agendas e dispositivos eletrônicos ligados às fraudes. Na residência dele, foram apreendidos veículos e outros materiais associados ao esquema.
Após a prisão do funcionário, os investigadores acionaram a equipe de Barra do Garças, que prendeuVinícius de Moraes Sousa, de 29 anos, na região central da cidade.
Ele é apontado como beneficiário das ordens de pagamento por serviços que, segundo a polícia, jamais ocorreram.
A Polícia Civil segue investigando o caso.








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