Plano Safra 2025/2026 é lançado como maior da história, mas especialistas veem riscos de execução

Marmo destaca ainda outros gargalos, como os entraves burocráticos, taxas de juros elevadas em alguns segmentos e a baixa execução orçamentária.

Plano Safra 2025/2026 é lançado como maior da história, mas especialistas veem riscos de execução
Ilustrativa

O governo federal lançou nesta segunda-feira (30) o Plano Safra 2025/2026, anunciado como o maior da história. Serão R$ 89 bilhões destinados à agricultura familiar, sendo R$ 78,2 bilhões por meio do Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). Para a agricultura empresarial, o montante anunciado chegou a R$ 516,2 bilhões, incluindo R$ 113,8 bilhões com juros equalizados.

Entre os destaques do programa, o governo manteve taxas de 3% ao ano para o financiamento de alimentos da cesta básica e de 2% para itens agroecológicos e orgânicos. Também houve ampliação de limites para programas de armazenagem, além de incentivos a práticas de baixo impacto ambiental, alinhando o crédito rural às políticas de adaptação às mudanças climáticas.

Apesar dos números expressivos, especialistas do setor agro apontam que o otimismo oficial pode não se concretizar na prática. O advogado Leandro Marmo, especialista em Direito do Agronegócio, alerta que o volume anunciado não corresponde necessariamente a recursos já disponíveis.

“Trata-se de um crédito teórico, que depende da liberação pelos bancos, e eles vêm mostrando maior resistência em operar essas linhas”, avalia.

Marmo destaca ainda outros gargalos, como os entraves burocráticos, taxas de juros elevadas em alguns segmentos e a baixa execução orçamentária.

“É preciso garantir que o dinheiro chegue na ponta, no tempo certo, com segurança institucional e subsídios viáveis. Caso contrário, o Plano corre o risco de ser lembrado como o que prometeu muito, mas entregou pouco”, criticou.

O Plano Safra 2025/2026 também passa a exigir a apresentação do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para liberação do crédito, o que, segundo o governo, deve reforçar a segurança das operações e proteger a produção rural contra eventos climáticos extremos.

 

Com informações da assessoria de imprensa
FONTE: Agro+
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