Exportações do agro brasileiro crescem 1,6% no quadrimestre e resistem à pressão global
Mesmo em meio a incertezas no comércio internacional e à guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos, o agronegócio brasileiro manteve um desempenho positivo nas exportações no primeiro quadrimestre de 2025

Mesmo em meio a incertezas no comércio internacional e à guerra tarifária iniciada pelos Estados Unidos, o agronegócio brasileiro manteve um desempenho positivo nas exportações no primeiro quadrimestre de 2025. De janeiro a abril, o setor embarcou US$ 52,8 bilhões, um aumento de 1,6% em relação ao mesmo período de 2024, segundo levantamento do Cepea/Esalq-USP.
O resultado foi sustentado principalmente pela alta de 5,3% nos preços médios em dólar, que compensou a queda de 3,5% no volume exportado. Em moeda nacional, o avanço foi ainda mais expressivo: 9%, impulsionado pela desvalorização de 7,8% do real frente ao dólar no período.
Destaques do quadrimestre
Alguns segmentos se sobressaíram. O complexo carnes (bovina, suína e de frango) apresentou crescimento robusto de 20%, totalizando US$ 9,2 bilhões em exportações. Já o café, puxado por uma forte valorização internacional, cresceu 59% em receita, alcançando US$ 5,4 bilhões — com alta de 77% nos preços médios.
Também se destacaram:
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Suco de laranja, com aumento de 30% no valor exportado, apesar da queda de 17% no volume.
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Frutas e castanhas, com avanço de 11% em receita, beneficiadas por maior volume exportado (+24%).
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Óleo de soja, com alta de 30% no volume.
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Algodão, com incremento de 16,5% no volume, mesmo com queda de 13% nos preços médios.
Por outro lado, o complexo soja, carro-chefe da balança do agro, teve leve retração. O valor exportado caiu quase 10%, com baixa de 12% nos preços, mesmo com aumento de 2% no volume embarcado. As exportações de milho também recuaram: 14% no volume e 1% nos preços.
Principais destinos
A China segue como principal compradora do agro brasileiro, com 31% de participação, embora tenha reduzido levemente os desembolsos. Em seguida aparecem:
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União Europeia (15%), com destaque para café, frutas e produtos florestais;
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Estados Unidos (8,4%), com aumento nas compras de carne bovina e suco de laranja;
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Filipinas, Japão, México e Vietnã, que ampliaram aquisições de carnes e outros produtos agrícolas.
Perspectiva otimista para o segundo semestre
Segundo projeções da Conab, a produção brasileira de grãos deve crescer 12% em 2025. A expectativa é que esse aumento da oferta impulsione os embarques a partir do segundo semestre, favorecendo a balança do agronegócio mesmo diante dos desafios globais.
Para os analistas do Cepea, o Brasil segue como fornecedor estratégico em diversos mercados e tem conseguido diversificar os destinos das exportações, o que dá resiliência ao setor. A manutenção da competitividade, no entanto, dependerá da estabilidade cambial, da eficiência logística e da superação de barreiras comerciais.
Com informações do Cepea
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