Ministro Paulo Teixeira ironiza a oposição na Agrishow
Ministro defendeu o Plano Safra e cutucou presença de governadores na feira

Teixeira conversou com produtores e concedeu entrevistas, nas quais defendeu a atuação do governo federal no campo (Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil)
No último dia da Agrishow 2025, o governo Lula voltou a marcar presença com a ida do ministro do Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira, à feira em Ribeirão Preto (SP), em uma nova tentativa de aproximação com o setor do agronegócio.
A participação complementa a presença do vice-presidente Geraldo Alckmin, que representou o Executivo federal na abertura do evento, no domingo (27).
Durante a visita, Teixeira conversou com produtores e concedeu entrevistas, nas quais defendeu a atuação do governo federal no campo e comentou os preparativos para o novo Plano Safra, previsto para ser lançado em junho. “Vamos estabelecer programas de aproximação para o Plano Safra do ano que vem”, afirmou à CNN.
Em tom político, Teixeira ironizou a presença maciça de governadores de oposição na Agrishow, muitos deles cotados para disputar a Presidência em 2026.
“A oposição vai ter que se reunir num estádio de futebol. E aí o Corinthians pode emprestar o seu estádio para eles tentarem discutir uma candidatura. Porque, hoje, a quantidade de candidatos da oposição é tão grande que só um estádio pode comportar todos eles”, disse ao Estado de S. Paulo.
A feira recebeu cinco governadores — quatro deles nomes ventilados para a corrida presidencial de 2026: Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Ratinho Júnior (PSD-PR). O quinto foi Helder Barbalho (MDB-PA).
Teixeira também rebateu críticas feitas pelo secretário de Agricultura de São Paulo, Guilherme Piai, que acusou o governo federal de não apresentar medidas concretas durante a Agrishow.
“Lançamos o maior Plano Safra da história do Brasil em 2023. Em 2024, aumentamos os recursos. Por isso, nós vamos ter a maior safra da história do Brasil — uma safra recorde de 327 milhões de toneladas”, disse.
No estande do ministério, técnicos ofereceram orientações sobre o Cadastro da Agricultura Familiar (CAF) e o Programa Mais Alimentos, voltado à modernização da infraestrutura produtiva das unidades familiares rurais.
Em outro ponto da entrevista, o ministro destacou que disputas comerciais envolvendo os Estados Unidos abriram espaço para a valorização do agro brasileiro no mercado global.
“Agora, em razão dessas brigas tarifárias a partir da eleição do novo presidente dos Estados Unidos, a agricultura brasileira passou a ser desejada no mundo inteiro”, afirmou.
Movimento dos Trabalhadores com Terra é lançado durante a Agrishow
Lançado oficialmente nesta quarta-feira (30), em Ribeirão Preto (SP), durante a Agrishow, o Movimento dos Trabalhadores com Terra (MCT) tem como proposta a defesa de propriedades rurais produtivas e a oposição a invasões de terra.
A iniciativa surgiu em março, em Santa Catarina, e rapidamente ganhou força em outros estados. O idealizador do movimento é Marcelo Parison, agricultor e advogado catarinense.
“A ideia veio após uma conversa em família, quando comentei que, diante de tantas invasões, deveríamos criar um movimento dos trabalhadores com terra. A proposta pegou e, em poucos dias, já estávamos com uma bandeira e apoio pelo país inteiro”, relatou.
Segundo ele, o caso que motivou o MCT ocorreu em Zortéa (SC), onde uma fazenda foi alvo de quatro invasões e estaria sob risco de uma quinta tentativa. A situação acendeu um alerta entre produtores locais e de outras regiões do país.
Parison afirma que o movimento não é contrário à reforma agrária, mas defende que propriedades em funcionamento não devem ser tratadas como improdutivas. “Não podemos permitir que uma fazenda que emprega, produz e paga seus impostos seja tratada como terra improdutiva. O foco é defender quem está produzindo”, explicou.
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