Centro-Oeste: Agronegócio atrai brasileiros de outros estados

O Agronegócio do Centro-Oeste atrai cada vez mais brasileiros de outros estados.

Centro-Oeste: Agronegócio atrai brasileiros de outros estados
Ilustrativa

O Brasil é um país de dimensões continentais e de grande diversidade, e essa pluralidade se reflete também nas movimentações populacionais. Nos últimos anos, temos observado um fluxo migratório notável para a região Centro-Oeste, impulsionado principalmente pelo vigor do seu agronegócio. Essa pujança econômica não só gera empregos e oportunidades, mas também atrai profissionais de diversos setores, além de famílias em busca de novas perspectivas de vida. O Centro-Oeste, com seus vastos campos e potencial produtivo, tem se tornado um verdadeiro polo de atração, transformando paisagens e vidas.

Região demanda mão de obra especializada no Agronegócio do Centro-Oeste

O agronegócio é um motor de desenvolvimento, capaz de alavancar economias locais, atrair investimentos e, consequentemente, demandar uma força de trabalho qualificada. Essa dinâmica é particularmente evidente no Centro-Oeste, que tem recebido um número expressivo de brasileiros de outras regiões. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), cerca de 26% da população atual do Centro-Oeste é composta por migrantes. Essa movimentação reflete o poder de atração da região, que vai além da atividade agropecuária em si, fomentando também o crescimento de polos urbanos e a demanda por serviços diversos.

Dos aproximadamente 4,3 milhões de imigrantes residentes na região, a maioria é proveniente do Nordeste, representando 43,2% do total. Em seguida, vêm os migrantes do Sudeste (28,9%) e do Norte (11,9%). O Sul do país, que também apresenta um saldo positivo em seus fluxos migratórios, contribui com o menor percentual. Os dados mais recentes do Censo do IBGE, de 2022, indicam que o Centro-Oeste manteve um saldo migratório regional positivo, recebendo cerca de 209 mil pessoas a mais do que as que deixaram a região, um indicador consistente desde 1991.

O atrativo da expansão agropecuária

A força do agronegócio em estados como Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul é inegável, criando um cenário de constante demanda por investimentos em infraestrutura e logística. Essa atividade econômica impulsiona também setores paralelos, beneficiando a vida nas cidades e atraindo profissionais liberais de várias áreas, como engenharia, agronomia, veterinária, além de serviços gerais. A busca por novas oportunidades e por uma melhor qualidade de vida tem levado muitos a se estabelecerem nesta promissora região brasileira.

A necessidade de qualificação para o trabalho no campo é um dos principais chamarizes. Observa-se, inclusive, um padrão onde trabalhadores de regiões com forte tradição agropecuária, como o Paraná, buscam oportunidades em locais do Centro-Oeste com ainda grande potencial de expansão, como Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. Essa migração demonstra uma estratégia de busca por novas fronteiras de produção e desenvolvimento dentro do próprio país. Detalhes mais aprofundados sobre esses movimentos, como vínculos de emprego e fatores de atração turística, serão ainda mais esmiuçados no futuro Censo Agropecuário.

Novos modais ferroviários impulsionarão o Agronegócio do Centro-Oeste

O cenário de crescimento e investimento no Centro-Oeste está prestes a ganhar um novo fôlego com a expansão da infraestrutura logística. A aguardada Ferrovia de Integração Centro-Oeste (FICO), que já alcançou 39% de sua execução, conforme divulgado pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), representa um marco. Com 1.534 quilômetros de extensão divididos em três trechos, com entrega prevista para 2028, a FICO promete transformar o escoamento da produção.

O primeiro trecho conectará Mara Rosa (GO) a Água Boa (MT), totalizando 383 quilômetros de trilhos. A segunda etapa estenderá os trilhos por mais 505 quilômetros, de Água Boa até Lucas do Rio Verde (MT). O traçado se expande ainda para Lucas do Rio Verde e Vilhena (RO), com 646 quilômetros, integrando a produção agropecuária do sul de Rondônia à Ferrovia Norte-Sul. Projetada para cargas pesadas como grãos, combustíveis e bens industrializados, a ferrovia visa reduzir custos logísticos, aumentar a previsibilidade das exportações e consolidar o Centro-Oeste como um elo estratégico para o comércio com países sul-americanos e o acesso aos mercados asiáticos via Oceano Pacífico.

A rota bioceânica e a expansão das exportações

Complementando os avanços em infraestrutura, a cobiçada rota bioceânica surge como um divisor de águas para o comércio internacional da região. A conclusão da ponte binacional sobre o rio Paraguai, que ligará Porto Murtinho (MS) ao Paraguai, tem o potencial de triplicar a exportação de carne bovina do Mato Grosso do Sul, segundo projeções do setor frigorífico. Essa nova ligação terrestre promete otimizar o tempo e os custos logísticos, facilitando o acesso a mercados internacionais.

A rota bioceânica faz parte de um plano ainda mais ambicioso de interligar o Centro-Oeste brasileiro aos portos chilenos através de rodovias. Essa iniciativa estratégica visa encurtar drasticamente as distâncias e o tempo de viagem até os principais compradores asiáticos, com foco especial na China. Com a rota bioceânica e a Ferrovia de Integração Centro-Oeste, o Centro-Oeste consolida sua posição como um núcleo vital para a logística nacional e internacional, impulsionando sua volumosa produção e gerando cada vez mais oportunidades para todos os brasileiros.

AGRONEWS