Minas Gerais intensifica ações contra gripe aviária e reforça segurança da produção de aves no estado

O Governo de Minas Gerais anunciou nesta quarta-feira (28) um conjunto de medidas para conter a propagação da Influenza Aviária de Alta Patogenicidade (IAAP) no estado, após a confirmação de um caso da doença em uma ave ornamental em sítio da Região Metropolitana de Belo Horizonte. A estratégia foi detalhada em entrevista coletiva promovida pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) e pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA).

Na terça-feira (27), o estado decretou Situação de Emergência Sanitária Animal, o que permitirá mobilizar recursos humanos, materiais e tecnológicos para intensificar as ações de rastreio, contenção e monitoramento da doença. Segundo as autoridades, o foco do governo é impedir que o vírus alcance as granjas comerciais e afete a cadeia produtiva avícola, uma das mais importantes para a economia mineira.

“Nosso trabalho está voltado para evitar que essa circulação viral chegue às aves comerciais. Temos muita segurança de que o sistema de defesa agropecuária está funcionando plenamente”, afirmou a diretora-geral do IMA, Luiza Castro. Ela também ressaltou que a notificação do caso reflete a eficiência da vigilância sanitária do estado.

As ações em curso incluem reforço nas medidas de biosseguridade das granjas, campanhas de educação sanitária, vistorias em propriedades de risco e cadastro de criatórios de subsistência. Em caso de identificação de novos focos, o estado está preparado para atuar imediatamente com medidas sanitárias específicas.

Exportações em alta e avicultura protegida

O secretário adjunto da Seapa, João Ricardo Albanez, destacou que Minas Gerais tem papel crescente no mercado internacional de proteína animal.

“Nos quatro primeiros meses deste ano, exportamos 26 mil toneladas de carne de frango, um aumento de mais de 10% em relação ao mesmo período de 2023”, disse. Para ele, o controle eficiente da gripe aviária é essencial para manter a confiança dos parceiros comerciais e a sanidade da produção estadual.

As medidas adotadas estão previstas no Plano de Contingência da IAAP, desenvolvido em parceria com a União e os demais estados desde 2022, quando surgiram os primeiros registros da doença na América do Sul.

Riscos à saúde humana são baixos

A secretária adjunta de Saúde de Minas Gerais, Poliana Cardoso Lopes, esclareceu que não há risco à saúde humana no consumo de carne de frango ou ovos.

“A gripe aviária não é transmitida pelos alimentos. A contaminação se dá por contato direto com aves infectadas, especialmente em casos de alta exposição ou baixa imunidade”, explicou.

Para trabalhadores do setor avícola, o uso correto de equipamentos de proteção individual é suficiente para prevenir o contágio. A população também foi orientada a não tocar em aves mortas e a notificar imediatamente o IMA ou a Emater em caso de suspeitas.

Antecedente no estado

Em 2023, Minas já havia registrado um caso isolado de Influenza Aviária de Baixa Patogenicidade (H9N2) em pato de vida livre, sem risco à saúde pública. Desde então, a vigilância foi ampliada, com inspeções regulares nas granjas para garantir o cumprimento das normas de prevenção.

Com a resposta coordenada das autoridades e a adoção de medidas rigorosas, o governo estadual acredita que será possível preservar a sanidade da produção avícola e proteger a população sem comprometer o abastecimento ou as exportações.

Com informações do Gov. de MG