IAAP na avicultura comercial: efeitos sobre o mercado interno do frango abatido e futura solução

O gráfico abaixo, relativo às 26 primeiras semanas do ano (1º semestre de 2025) deixa bem claro os efeitos do desdobramento do caso de IAAP na avicultura comercial brasileira

IAAP na avicultura comercial: efeitos sobre o mercado interno do frango abatido e futura solução
Ilustrativa

O gráfico abaixo, relativo às 26 primeiras semanas do ano (1º semestre de 2025) deixa bem claro os efeitos do desdobramento do caso de IAAP na avicultura comercial brasileira: em um mês (entre 14 de maio e 14 de junho) a cotação do frango abatido saiu de um recorde histórico (R$8,81/kg) para o menor valor (R$7,37/kg) registrado desde setembro de 2024.

A redução, neste caso, foi de pouco mais de 16% e não chegou a representar um recorde, pois em 2023 houve momento em que o frango abatido registrou redução superior a 22%. A única (enorme!) diferença, aqui, é que a redução de dois anos atrás se deu no espaço de 126 dias (perda de cerca de 0,2% ao dia). A atual, decorrente do caso de IAAP, ocorreu em um quarto do tempo anterior, correspondendo a perdas diárias superiores a meio por cento.

Como resultado, a linha de tendência do corrente exercício, em alta iniciada no final de agosto do ano passado, agora registra total reversão. Claro, tende à recuperação à medida que o mercado se normalize. Mas dificilmente retornará ao mesmo potencial sugerido até a primeira quinzena de maio.

O mais intrigante no atual episódio é que ele não decorre, exatamente, da questão sanitária em si, mas do nível de participação das exportações na produção brasileira de carne de frango. Ou seja: enquanto outros grandes exportadores como EUA e União Europeia (também afetados pela IAAP) negociam, externamente, não mais do que 15% de sua produção, no Brasil esse percentual mais do que dobra (em 2024, conforme a ABPA, chegou a 35,36% do total produzido).

Em outras palavras, ainda que os embargos ao produto brasileiro sejam parciais, os efeitos são muito maiores, mesmo porque o Brasil lidera as exportações mundiais, negociando, sozinho, volume superior ao registrado por EUA e União Europeia juntos (dados do USDA para 2024).

Esse é um problema que só será solucionado de vez quando os acordos comerciais mantidos com os importadores preverem embargos regionalizados, restritos aos pontos focais de uma eventual. Como, aliás, já está definido na maioria dos acordos firmados por europeus e norte-americanos com seus parceiros comerciais.

Fonte: AviSite
Autor:Redação

FONTE: AviSite
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