Ibama aplica R$ 29 milhões em multas a fazendeiros por falhas em recuperação ambiental

Operação Embaúba foi deflagrada nos biomas Mata Atlântica e Cerrado em três estados: Goiás, Espírito Santo e Santa Catarina

Ibama aplica R$ 29 milhões em multas a fazendeiros por falhas em recuperação ambiental
Ilustrativa

Em novembro de 2025, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) deflagrou a Operação Embaúba, com o objetivo de fiscalizar o cumprimento das obrigações de recuperação ambiental por proprietários rurais em três estados: Goiás, Espírito Santo e Santa Catarina. 

A primeira fase resultou em 27 autos de infração e multas que somam R$ 29 milhões.

Segundo o órgão, a maior parte das penalidades foi aplicada por descumprimento de embargos e a obrigação de reparação de danos ambientais em áreas que deveriam ter sido recuperadas ou regeneradas.

O nome da operação, aliás, faz referência a uma árvore pioneira típica de regeneração, simbolizando o propósito de restaurar vegetação nativa nas áreas degradadas.

A operação Embaúba reforça uma tendência agravada em 2025: o aumento da fiscalização e da responsabilização por passivos ambientais em todo o país.

Como mostram outras ações recentes do Ibama, por exemplo, na Amazônia, foram submetidas multas de R$ 91 milhões e embargados 16,4 mil hectares por desmatamento ilegal.

No Triângulo Mineiro, 500 hectares foram embargados e mais de R$ 4,2 milhões aplicados em multas por degradação de áreas protegidas.

Por outro lado, o próprio Ibama já utiliza parte dos recursos arrecadados para financiar a recuperação de áreas degradadas.

Em Santa Catarina cerca de 1.300 hectares de Mata Atlântica estão sendo recuperados com recursos de multas convertidas em projetos de restauração. 

Por que isso importa?

Para além da questão ambiental, quem exporta commodities ou insumos agrícolas, áreas embargadas por irregularidades ambientais podem comprometer certificações, rastreabilidade ou contratos, tema cada vez mais central no mercado externo sensível às práticas chamadas de Ambiental, Social e Governança (ESG, em inglês Environmental, Social and Governance).

A Operação Embaúba deve seguir com novas fases em 2026, estendendo a fiscalização para mais biomas e estados.

Produtores rurais, cooperativas e empresas do agronegócio devem acompanhar de perto os avisos de embargos, condicionantes de regularização e prazos para recuperação, sobretudo em áreas de Cerrado e Mata Atlântica, onde a preservação legal é mais sensível.