Safra recorde e processamento industrial elevam projeção do PIB da cadeia de soja e biodiesel em 11,29 porcento
A cadeia produtiva da soja e do biodiesel no Brasil projeta um ano de forte crescimento econômico em 2025.
Estudos realizados pelo Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada), da Esalq/USP, em parceria com a Abiove (Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais), apontam que o PIB do setor deve crescer expressivos 11,29% neste ano. Com isso, o PIB da cadeia da soja e do biodiesel representaria 21,1% do PIB do agronegócio e 6,1% do PIB nacional.
O otimismo é sustentado pela colheita de uma safra recorde de soja, que atingiu 170,3 milhões de toneladas em 2024/25, e pela intensificação do processamento do grão pela indústria.
Crescimento em toda a cadeia
O segmento “dentro da porteira” é o grande motor do crescimento, com o PIB estimado para avançar 23,39%, impulsionado pelo aumento de área e de produtividade, favorecidos pela tecnologia e pelo clima.
Na agroindústria, o avanço do PIB é estimado em 4,02%, impulsionado pelo esmagamento recorde de soja. A demanda por óleo de soja para a produção de biodiesel segue em forte expansão, um efeito que deve ser ainda maior com a mistura obrigatória do biodiesel ao diesel tendo subido para 15% (B15) em 1º de agosto, embora esse impacto ainda não esteja totalmente computado no relatório.
O crescimento se estende a toda a cadeia: o PIB dos agrosserviços deve avançar em quase 9%, e o segmento de insumos apresenta alta de 2,72%.
A análise do Cepea/Abiove revela a importância do processamento interno: o PIB gerado por tonelada de soja produzida e processada deve representar 4,45 vezes o PIB gerado pela soja apenas produzida e exportada diretamente.

Mercado de trabalho e exportações
A expansão da atividade levou a um aumento de 4,2% no número de pessoas trabalhando na cadeia produtiva da soja e do biodiesel no segundo trimestre de 2025 frente ao mesmo período do ano passado, totalizando 2,327 milhões de trabalhadores. O segmento de agrosserviços registrou o avanço mais intenso, com crescimento de quase 10% no número de pessoas ocupadas.
No comércio exterior, as exportações da cadeia totalizaram 49,68 milhões de toneladas no segundo trimestre de 2025, volume 1,5% superior ao de 2024. Contudo, a receita com as vendas externas seguiu em queda de 8,3%, somando US$ 19,47 bilhões, reflexo dos menores preços pagos pela soja em grão e pelo farelo devido à safra mundial recorde.
A China segue como principal destino da soja em grão brasileira. Para o farelo, a União Europeia e o Sudeste Asiático impulsionaram os volumes. Já o óleo de soja tem a Índia como principal mercado, recebendo mais de 70% do total exportado.







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