Brasil avança para transformar bioinsumos em produto tipo exportação

Parceria entre CropLife Brasil e ApexBrasil quer posicionar o país como referência global em soluções tecnológicas baseadas na natureza


Brasil avança para transformar bioinsumos em produto tipo exportação
Ilustrativa

O Brasil formalizou nesta terça-feira (27), uma iniciativa estratégica para consolidar posição como protagonista mundial na oferta de soluções agrícolas baseadas na natureza.

Com um mercado em expansão, que registrou crescimento de 13% na utilização de bioinsumos na safra 2024/2025 — 156 milhões de hectares tratados —, o país mira agora os mercados internacionais com o Projeto Bioinsumos do Brasil.

A iniciativa é resultado de uma parceria entre Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (ApexBrasil) e CropLife Brasil e tem o objetivo de fortalecer a presença das empresas brasileiras do setor no mercado internacional.

Durante o evento, realizado em Brasília (DF), também foram divulgados dados do mercado de bioinsumos na safra 2024/2025.

Segundo levantamento da CropLife Brasil, em parceria com a Blink, a taxa média de adoção de bioinsumos no país subiu de 23% para 26% da área plantada nacional. 

O setor mantém um ritmo de crescimento acelerado, com uma média de 22% ao ano nos últimos três anos, desempenho quatro vezes superior à média global.

O diretor-presidente da CropLife Brasil destacou a liderança do país na produção da tecnologia.

“O Brasil é uma das agriculturas mais competitivas do mundo e a maior agricultura tropical. Nesse contexto, temos um imenso potencial de exportar bioinsumos produzidos aqui, com 90% da matéria-prima nacional. De mil produtos registrados, metade foram nos últimos três anos. Então é um momento decisivo para dar início a esse projeto. A estimativa é que na próxima década o Brasil represente um terço dos bioinsumos do planeta e nós vamos levar os benefícios que o país tem com esse produto para o mundo,” declarou Leão.

croplife leáo biologicos

Na última safra, o mercado de proteção de cultivos, tanto de biológicos como de químicos, cresceu 7%. O segmento de bioinsumos avançou mais de 35% consolidando-se como uma das tecnologias de maior expansão no agronegócio brasileiro.

A expansão do mercado brasileiro é sustentada por três pilares fundamentais: qualidade técnica dos produtos, competitividade econômica e aderência crescente às práticas de produção de baixo impacto ambiental exigidas tanto no mercado interno quanto no mercado internacional.

O secretário de Descarbonização e Economia Verde do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio, Rodrigo Rollemberg, destacou a oportunidade para o setor.

“É um projeto importante para falar ao público externo sobre o que é a agricultura brasileira de verdade, que tem a legislação ambiental mais avançada do mundo, que tem tecnologia e agora tem bioinsumos, com os quais podemos inverter a lógica de dependência de insumos, com redução de custos e sustentabilidade. É uma grande oportunidade de mudar a imagem da nossa agricultura na COP este ano no Brasil,” apontou Rollemberg.

Produto tipo exportação

O Brasil conta hoje com mais de 170 empresas produtoras de bioinsumos, responsáveis por um portfólio que já ultrapassa mil produtos registrados, consolidando o país como um polo de excelência no desenvolvimento de soluções agrícolas sustentáveis aplicadas à agricultura tropical.

projeto contempla uma série de ações, como participação em feiras internacionais, realização de rodadas de negócios, missões comerciais, promoção institucional e estudos de mercado. 

O primeiro passo é o desenvolvimento da marca institucional do projeto.

O presidente da ApexBrasil, Jorge Viana, destacou o gesto histórico que inaugurou o projeto.

“Uma parceria entre governo e indústria que sempre foi profícua e no caso dos bioinsumos tem tudo para crescer. É um momento oportuno o qual discutimos eventos climáticos e essa é uma pauta que tem a ver com o nosso ambiente. A busca por bioinsumos sempre esteve presente no nosso país e essa conexão com a natureza é fundamental. A agricultura do Brasil está fadada a encarar esses desafios e iniciativas como essas precisam florescer,” afirmou Viana.

Desafio e oportunidade global

O lançamento do projeto ocorre em um ambiente de grandes desafios para a agricultura global, marcado por mudanças climáticas, busca por modelos produtivos mais eficientes e demanda crescente por alimentos produzidos de forma sustentável.

A estratégia do projeto prevê atuação prioritária nos mercados dos países vizinhos produtores agrícolas na América Latina, além de Estados Unidos e Europa.

O secretário de Comércio e Relações Internacionais do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), Luís Rua, destacou a iniciativa como mais uma oportunidade de comércio agrícola brasileiro.

“É uma iniciativa inovadora, sustentável e em linha com as demandas do século 21. Já somos produtores de commodities, produtos industrializados e passaremos a ser também de insumos. Esse é o trabalho de criar negócios e diversificar nossa pauta exportadora. E bioinsumos é o futuro da nossa agricultura,” declarou Rua.

FONTE: AgrofyNews
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