Raízen negocia venda de mais quatro usinas de cana em meio a reestruturação financeira

Unidades pertenciam à Biosev e podem ser vendidas parcialmente ou com planta industrial

Raízen negocia venda de mais quatro usinas de cana em meio a reestruturação financeira
Ilustrativa

Após se desfazer de dois ativos relevantes — a Usina Leme e os canaviais da Usina MB — por um total de R$ 800 milhões, a Raízen, joint venture entre Cosan e Shell, agora negocia a venda de mais quatro usinas de cana-de-açúcar. A informação é do Globo Rural, publicada nesta sexta-feira (7).

Estão em negociação as unidades Santa Elisa (Sertãozinho-SP), Rio Brilhante e Passatempo (ambas em Mato Grosso do Sul) e Continental (Colômbia-SP). Todas faziam parte da Biosev, adquirida pela Raízen em 2021 da Louis Dreyfus Company (LDC).

Segundo a reportagem, as negociações podem envolver apenas os canaviais ou os ativos industriais completos. A expectativa é que os ativos sejam avaliados entre US$ 60 e US$ 70 por tonelada de cana de capacidade instalada, mesmo quando a venda envolver apenas as lavouras.

Mais ativos podem ser vendidos

 

O mercado já aposta que a companhia deve ampliar sua lista de desinvestimentos nos próximos meses. 

A Usina Leme, situada no polo de Piracicaba (SP), foi vendida à Ferrari Agroindústria S.A. e à Agromen Sementes Agrícolas Ltda. A planta tem capacidade de 1,8 milhão de toneladas por safra e a operação incluiu a cessão de 1,5 milhão de toneladas de cana.

Já os canaviais da Usina MB, outro ativo da antiga Biosev, foram adquiridos pela Usina Alta Mogiana. Juntas, as duas transações somaram R$ 800 milhões em receita para a Raízen.

Dívida alta pressiona desinvestimentos

A companhia tem acelerado a venda de ativos desde 2023 para lidar com o alto endividamento. Na safra 2024/25, a Raízen encerrou o exercício com R$ 34 bilhões em dívida líquida, o que elevou sua alavancagem para 3,2 vezes.

Apenas com juros, a empresa gastou R$ 5,7 bilhões. Para a safra atual, estão previstos R$ 4,8 bilhões em amortizações.

Desde seu IPO em 2021, as ações da Raízen acumulam queda de 75,7%, refletindo a pressão financeira enfrentada pelo grupo.

FONTE: AgrofyNews
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