Afinal, quando começa a reação dos preços externos da carne de frango?

A primeira resposta para a atual letargia dos preços externos está na existência de grandes estoques no mercado internacional, fato habitualmente mencionado pela FAO ao divulgar, a cada mês, os preços internacionais das carnes.

Afinal, quando começa a reação dos preços externos da carne de frango?
Ilustrativa

Há quem estranhe que, transcorrido um mês da interrupção quase total das exportações brasileiras de carne de frango (por força do auto embargo decorrente de caso de IAAP na avicultura comercial), o preço do produto no mercado internacional ainda não deu sinais de recuperação. Afinal – ressalta-se – se o Brasil responde por uma fatia correspondente a cerca de 40% do comércio do setor, sua ausência deve implicar em forte valorização do produto. Ou não?

A primeira resposta para a atual letargia dos preços externos está na existência de grandes estoques no mercado internacional, fato habitualmente mencionado pela FAO ao divulgar, a cada mês, os preços internacionais das carnes. E se já eram grandes, esses estoques aumentaram ainda mais a partir do momento em que o Brasil divulgou a ocorrência da doença, pois a primeira reação de muitos importadores foi refugar o produto já próximo de seu destino.

Ainda assim, a atual ausência de reação dos preços nada tem de estranhável. Para confirmar, rememore-se ocorrência similar, ocorrida há quase um ano, em julho de 2024. Então (dia 17, terceira semana do mês) foi comunicada à Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) a ocorrência de um caso de Doença de Newcastle em uma ave de criação comercial no Rio Grande do Sul, fato que, de imediato, paralisou todas as exportações do setor.

Pois ainda que o caso tivesse sido encerrado cerca de três semanas depois (7 de agosto), a reação nos preços da carne de frango só ocorreu no final daquele mês, ou seja, entre seis a sete semanas após a divulgação da ocorrência. Foi quando a cotação do produto ultrapassou pela primeira vez em quase dois anos a barreira dos US$2.000/tonelada, aumentando mais de 10% – tanto em relação ao mês anterior como ao mesmo mês de 2023.

Mas quem dá melhor ideia de onde podem chegar os preços da carne de frango é Rafael Barisauskas, analista da Fastmarkets, plataforma dedicada à análise dos preços internacionais de commodities. Embora esteja voltado para o setor de embalagens, Barisauskas faz aprofundada análise das tendências internacionais da carne de frango, complementada com a informação de que já se projeta, para os próximos meses, aumento de até 14% nos preços do produto. Ou seja: a tendência é ultrapassar, novamente, a barreira dos US$2 mil/tonelada.

Clique aqui para ler o que escreveu o analista da Fastmarkets. Ele observa que, mesmo que concorrentes como EUA, União Europeia e Tailândia aumentem suas exportações em 15% a 20%, cobririam pouco mais de 25% do déficit deixado pelo Brasil.

Fonte: AviSite

FONTE: AviSite
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