Polícia Federal faz operação no sul da Bahia após conflitos entre produtores e indígenas
Ações cumprem mandados, prendem um cacique e apreendem armas após conflitos registrados em outubro
A Polícia Federal, em ação conjunta com a Força Nacional, a Polícia Militar da Bahia e a Polícia Civil da Bahia, deflagrou, na manhã desta terça-feira (9), duas operações para reprimir os conflitos fundiários registrados no extremo sul da Bahia, envolvendo produtores rurais e indígenas.
As ações cumprem dois mandados de prisão e três de busca e apreensão, em decorrência de conflitos ocorridos em outubro deste ano.
Até o momento, um cacique foi preso, cinco pessoas seguem sendo procuradas e 13 armas de fogo foram apreendidas.
A operação conta com a participação de tropas especializadas da Polícia Militar da Bahia, como o Batalhão de Operações Policiais Especiais, Companhia Independente de Policiamento Especializado da Mata Atlântica, Companhia Independente de Policiamento de Proteção Ambiental, Rondas Especiais, Comando de Policiamento da Região Extremo Sul e Comando de Policiamento da Região Sul, além da Polícia Civil, por meio da 8ª Coordenadoria Regional de Polícia do Interior, de Teixeira de Freitas.
Operação Sombras da Mata
A primeira operação, denominada Sombras da Mata, é resultado das investigações sobre o ataque ocorrido em 28 de outubro, durante a invasão de uma propriedade rural no município de Itamaraju.
Na ocasião, dois pequenos produtores rurais foram mortos a tiros e um terceiro ficou gravemente ferido. Os autores do crime se autointitulavam indígenas.
No decorrer das investigações, além dos três envolvidos diretamente no ataque, a Polícia Federal identificou os supostos mandantes da invasão e os indivíduos que teriam efetuado os disparos fatais.
No âmbito da operação, foram expedidos mandados de prisão preventiva e de busca e apreensão. As diligências seguem em andamento e, até o momento, uma pessoa foi presa e mais de dez armas de fogo foram apreendidas.
Segundo a TV Bahia o cacique preso foi identificado como Joel Brás.
Operação Tekó Porã
A segunda operação, denominada Tekó Porã, decorre das investigações sobre o ataque armado contra um grupo de indígenas da Aldeia Kai, ocorrido em 1º de outubro.

À época, os indígenas estavam em uma propriedade rural no distrito de Cumuruxatiba, em Prado, após uma ação conhecida como “retomada”.
Segundo a apuração, homens armados atacaram o grupo com o objetivo de expulsar os indígenas e promover a desocupação violenta da fazenda. Dois indígenas ficaram feridos por disparos de arma de fogo.
Nesta fase da operação, estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão nas residências de supostos mandantes e executores do ataque, com o objetivo de reunir novos elementos para a investigação e identificar outras pessoas envolvidas.
Atuação integrada
De acordo com a Polícia Federal, a deflagração simultânea das duas operações reforça a atuação imparcial da instituição no combate a crimes praticados por indivíduos que, segundo a corporação, se utilizam indevidamente de demandas legítimas dos povos originários para a prática de ilícitos, o que contribui para a escalada da violência nos conflitos fundiários da região.
As ações são coordenadas pela Força-Tarefa da Polícia Federal de Porto Seguro, composta pela Polícia Federal, Coordenação de Operações e Recursos Especiais da Polícia Civil da Bahia e Batalhão de Operações Policiais Especiais da Polícia Militar da Bahia, além do Comando de Operações Táticas da Polícia Federal.








Comentários (0)
Comentários do Facebook