Nova fábrica e novo produto consolidam a Nitro como potência no setor agro em 2025

Com investimento robusto e foco em inovação, a Nitro reforça sua atuação no mercado de biológicos e mira liderança no agronegócio nacional.

Nova fábrica e novo produto consolidam a Nitro como potência no setor agro em 2025
Ilustrativa

Em apenas 5 anos atuando neste segmento, a empresa alcançou um patamar de receita que praticamente iguala o desempenho de sua divisão química – setor no qual atua há 90 anos.

A Nitro, multinacional com raízes brasileiras e nove décadas de história, já é referência em insumos agrícolas, especialidades químicas e produtos industriais. Desde que ingressou no setor agro, em 2019, vem se firmando como uma das três maiores companhias de nutrição e biológicos do país – um feito impressionante em tão pouco tempo.

Em 2020, o faturamento do agro era modesto, com R$ 265 milhões, frente a R$ 1,128 bilhão da área química. Mas o crescimento acelerado do agro, que atingiu R$ 1,010 bilhão em 2024, demonstra que o que levou quase um século para ser construído na indústria química, foi igualado em menos de uma década com foco estratégico, aquisições certeiras e inovação. A curva ascendente projeta que a Nitro deve alcançar uma receita líquida total de R$ 4,135 bilhões em 2030. Desse total: R$ 2,285 bilhões devem vir do segmento agro, enquanto R$ 1,850 bilhões devem ser gerados pela área química. O agro ultrapassará definitivamente o químico, consolidando-se como o novo motor de crescimento da empresa.

E para entender tudo isso, viajamos até Várzea Paulista, interior de São Paulo, onde conferimos os destaques que marcaram não apenas um ponto de virada para a própria empresa, mas também um avanço significativo para o agronegócio brasileiro. Confira!

A aposta no agro: uma escolha estratégica

A entrada da Nitro no agronegócio não foi fruto do acaso. Fundada em 1935 pelos grupos Votorantim e Klabin, a empresa passou por uma reviravolta após ser adquirida, em 2011, pelos atuais acionistas ligados ao Faro Capital | Multi Family Office. Após uma fase inicial de reorganização, entre 2011 e 2019, veio a hora de olhar para frente. Foi então que o agro surgiu como a grande oportunidade de crescimento para as próximas décadas, contrastando com o ritmo mais estável, e um tanto lento, da área química. Isso é o que nos revela Tiago Mota, Diretor Executivo Agro da Nitro, “O grande objetivo é que o agro seja a avenida de crescimento da Nitro para os próximos 90 anos, porque a área química ela é muito sadia financeiramente, muito estável, mas ela cresce menos. Diferente do agro que a gente vive, que a gente vê a pujança, crescendo todo dia.“, explica.

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Segundo Tiago, o caminho escolhido foi claro: “adquirir empresas menores com muito potencial de crescimento“. Em 2019, compraram a MCM, especializada em sulfatos, que dobrou de tamanho sob a nova gestão. Depois veio a Fest Agro, com 11 anos de história e um faturamento que saltou de R$40 milhões para R$600 milhões. A Biocontrol, focada em biológicos, também teve seu tamanho multiplicado por dez. E a Paulifér, localizada em Várzea Paulista, foi adquirida mais por sua estrutura estratégica do que por seu foco inicial em fertilizantes. Foi ali que a Nitro estabeleceu seu polo agroindustrial.

Em 2022, todas essas marcas foram unificadas sob o nome “Nitro”, aposentando de vez o termo “nitroquímica”, numa clara sinalização de mudança de identidade. Além disso, a empresa mantém cerca de 30% de participação na Gênica, uma das referências em biológicos, embora com operação totalmente independente.

Todos esses movimentos estratégicos levaram a um crescimento orgânico robusto e impressionante. Em 2025, a meta da Nitro é atingir R$1,2 bilhão em faturamento somente no segmento agro. “Em apenas cinco anos, a empresa lançou mais de 20 produtos, alcançou mais de 2.000 produtores e cobriu 30 milhões de hectares. Só em P&D foram mais de R$100 milhões investidos, além de R$500 milhões em aquisições e outros R$500 milhões em fábricas. A expectativa é continuar crescendo entre 15% e 20% ao ano.“, revela o diretor executivo agro.

Bacplant: o novo coração dos biológicos

Uma das maiores apostas recentes da Nitro é a Bacplant, nova fábrica de bioinsumos baseada em bactérias, inaugurada em Várzea Paulista, local da nossa visita. Com um investimento de R$50 milhões, a planta faz parte de um plano ainda maior de R$130 milhões anuais destinados à área agro. A Bacplant multiplicou por dez a capacidade produtiva da empresa no segmento de biológicos e simboliza um passo decisivo rumo ao futuro da agricultura sustentável.

Mais do que estrutura, a Bacplant representa independência tecnológica. Com um centro próprio de P&D, a Nitro pode desenvolver produtos exclusivos, adaptados a diferentes tipos de solo e culturas. E, num mercado ainda bastante dependente de insumos importados, essa autonomia é crucial.

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O produtor rural tem buscado alternativas mais eficientes, sustentáveis e adaptadas às realidades do campo. A Bacplant nasce com esse propósito: entregar soluções baseadas em biotecnologia, com respaldo técnico e produção nacional, para melhorar o desempenho das lavouras e a qualidade da produção agrícola”, destaca Jonas Cuzzi, diretor de marketing agro da empresa.

A planta tem capacidade para mais de 1 milhão de litros por ano, mas foi projetada para crescer: pode chegar a 6 milhões de litros com novos módulos. Hoje, a Bacplant é a única unidade da Nitro dedicada exclusivamente à produção de produtos bacterianos para biodefesa.

O primeiro produto lançado a partir dessa estrutura é o Égide Max – e só ele já seria capaz de proteger cerca de 25 milhões de hectares ao ano. A expectativa da empresa é que essa fábrica sustente um crescimento anual de até 30% no segmento de biológicos.

Égide Max: proteção foliar com tecnologia de ponta

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O Égide Max, um biofungicida foliar, é o carro-chefe dessa nova fase. Desenvolvido para enfrentar doenças foliares de difícil controle, ele combina duas cepas potentes de Bacillus, com ação comprovada em culturas como soja, milho, algodão, café e cana.

A formulação do Égide Max combina duas cepas de alto desempenho no controle de patógenos como Corynespora cassiicola (mancha-alvo), Phakopsora pachyrhizi (ferrugem-asiática), entre outras. Com aplicação recomendada em diferentes fases do ciclo produtivo, é uma solução que atua por meio de barreira física, controle direto e indução de resistência nas plantas“, detalha Lana Gaias, gerente de desenvolvimento de mercado de biológicos da Nitro.

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Segundo Lana, seu modo de ação é múltiplo: cria uma barreira física, inibe o crescimento de fungos, compete por espaço e nutrientes, estimula defesas naturais da planta e ainda promove seu crescimento. A formulação usa endósporos, o que garante maior estabilidade, compatibilidade com químicos e um shelf life de 18 meses.

A Nitro também oferece um serviço personalizado de compatibilidade com defensivos, reforçando sua proposta de entregar segurança e desempenho ao produtor. “Com esse produto, entregamos ao produtor um aliado fundamental no controle de doenças foliares de difícil manejo, contribuindo para o controle de resistência e com a sustentabilidade da lavoura. É um ativo que dialoga com as exigências do futuro, sem abrir mão da performance agronômica“, complementa a gerente de desenvolvimento.

Biológicos em alta: onde a Nitro quer chegar

Com um mercado que cresce 28% ao ano, os biológicos estão ganhando terreno rapidamente no Brasil – mas ainda têm muito para avançar. Hoje, apenas 7% dos agricultores usam biofungicidas, mesmo com mais de 133 milhões de hectares aptos ao uso dessas tecnologias.

A Nitro, que atualmente tem 1,4% de participação, quer superar os 6% até 2030. O mercado, avaliado hoje em R$5 bilhões, pode mais que dobrar até o fim da década. Nesse cenário, os biofungicidas aparecem como grandes protagonistas, pela facilidade de uso e potencial de sinergia com químicos.

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A empresa investe pesado em inovação. São 38 projetos em andamento, incluindo misturas com múltiplas cepas e estudos com edição gênica, aguardando maior clareza regulatória.

Também vem investindo na durabilidade dos produtos. Para os biológicos à base de fungos, por exemplo, já alcançou shelf life de mais de 6 meses sem refrigeração, usando tecnologias de embalagem a vácuo. Um exemplo é o novo Boveris WP Pro, mais concentrado, com menor dose por hectare e mais fácil de armazenar e transportar.

Visão de futuro: integração e regeneração

A Nitro aposta numa abordagem integrada: nutrição e biológicos lado a lado, ajudando o agricultor a proteger e fortalecer suas lavouras. Essa visão está alinhada com os princípios da agricultura regenerativa, em que práticas como rotação de culturas e plantio direto são complementadas por soluções biológicas.

Com mais de 200 profissionais no campo e parcerias com universidades e centros de pesquisa, a empresa atua próxima ao produtor, oferecendo soluções técnicas de ponta. Entre as colaborações estão nomes como a Regenera, Vivos, NBT e Simbiôse.

O objetivo para os próximos anos é ambicioso: dobrar a receita agro para R$2,2 bilhões até 2030 e atender pelo menos 4.000 agricultores. O próximo lançamento, o produto Trae, já promete atacar um dos principais gargalos fitossanitários do setor.

Ao que tudo indica, a Nitro está pronta para deixar uma marca duradoura no agro brasileiro – com inovação, sustentabilidade e uma visão de longo prazo. A visita à Bacplant e o lançamento do Égide Max são, sem dúvida, marcos desse novo capítulo.

AGRONEWS

FONTE: AGRONEWS
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