Carne bovina encerra 2025 em ritmo de valorização
Cortes do churrasco puxam alta da carcaça e aquecem o mercado no varejo
O mercado da carne bovina chega ao fim de 2025 marcado por um movimento consistente de valorização, especialmente no varejo, refletindo uma combinação clássica de fatores sazonais e comportamento do consumidor. A carcaça casada apresenta avanço significativo de preços, impulsionada sobretudo pelos cortes mais nobres e tradicionais do churrasco brasileiro.
O traseiro e a ponta de agulha, amplamente demandados nas confraternizações de fim de ano, assumem protagonismo na formação dos valores, enquanto o dianteiro, por concentrar cortes mais acessíveis e menos associados às celebrações, mostra alta mais moderada. Esse padrão, recorrente em dezembro, se intensifica à medida que famílias, bares e restaurantes reforçam as compras para festas, encontros e eventos. O resultado é um mercado varejista aquecido, com pressão positiva sobre preços e margens, sustentada por uma procura firme e pouco sensível a reajustes no curto prazo.
Valorização expressiva dos principais cortes reflete preferência do consumidor e oferta ajustada
Ao observar os cortes desossados mais emblemáticos do churrasco, o cenário fica ainda mais claro. Entre outubro de 2025 e a semana encerrada em 12 de dezembro, a picanha acumulou valorização superior a 21%, consolidando-se como o principal vetor de alta entre os cortes premium. Maminha e fraldinha também registraram aumentos relevantes, acima de dois dígitos, reforçando a percepção de um mercado sustentado pela preferência do consumidor e pela oferta ajustada. Esse comportamento não apenas eleva o tíquete médio das compras, como também sinaliza ao setor produtivo que a demanda permanece robusta mesmo diante de preços mais elevados.
Para analistas, trata-se de um reflexo direto da combinação entre consumo sazonal intenso, estoques enxutos e uma cadeia que opera de forma mais cautelosa, evitando excessos e priorizando equilíbrio entre oferta e escoamento

Mercado do boi gordo desacelera com escalas completas e expectativa por janeiro
Enquanto o varejo segue aquecido, o mercado de animais para abate entra no ritmo mais lento típico da proximidade dos feriados de fim de ano. Frigoríficos, em grande parte, já operam com escalas preenchidas tanto para dezembro quanto para o início de janeiro, o que reduz a necessidade de novas compras no curto prazo.
Do outro lado, pecuaristas também adotam postura mais defensiva. Muitos já concluíram as vendas planejadas para 2025, enquanto outros optam por reter a oferta, apostando em preços mais atrativos no início do próximo ano. Esse compasso de espera cria um ambiente de menor liquidez, mas não necessariamente de pressão negativa, já que a expectativa predominante é de retomada das negociações em janeiro, com possível novo impulso nos valores, sustentado pelo consumo interno e pelo equilíbrio entre oferta e demanda.
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