“Minas exportou mais produtos agropecuários do que minério pela 1ª vez na história em 2024”, diz Zema
Governador mineiro exalta diversificação de produtos do estado na abertura do GAFFF

Na abertura do GAFFF – Global Agribusiness Festival, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, informou sobre uma virada histórica.
“Minas exportou mais produtos agropecuários do que minério pela primeira vez na história em 2024”, disse o político e pré-candidato à presidência da República, que veio a São Paulo prestigiar o evento..
A fala se apoia em números expressivos. Em 2024, o agronegócio mineiro alcançou US$ 17,1 bilhões em exportações, superando em valor o setor de mineração, que somou US$ 15,7 bilhões no mesmo período, segundo dados da Secretaria de Agricultura e da Secex.
“Minas continua produzindo commodity, mas cada vez mais produz produtos totalmente diferenciados”, afirmou Zema ao apresentar exemplos concretos de pequenos produtores que têm transformado seus negócios com apoio do governo estadual e valorização dos produtos com identidade regional.
Pequenos produtores
Zema contou o caso da pequena produtora Niléia, que possuem apenas seis hectares na Serra da Canastra e produzem queijo artesanal.
“Todo mês, depois de pagar ração, veterinário, energia, combustível e todas as demais despesas, esse casal tira líquido R$ 30 mil por mês. Isso se deve à valorização de produtos mineiros que nós temos feito”, declarou o governador.
Ele destacou ainda que o queijo artesanal mineiro foi reconhecido pela Unesco como patrimônio cultural imaterial da humanidade, tornando-se o primeiro alimento brasileiro a receber esse título.
“Quem quiser comprar o queijo da Niléia, ela está aí bem presente nas redes sociais. A queijaria se chama Quintal do Glória, e quem experimentar vai entender o que é mineiridade em forma de sabor”, completou.
Outro exemplo citado foi o de Douglas, da cidade de Dores do Turvo, no Vale do Rio Doce. Ele reativou a antiga cachaçaria da família, a Sonó, que havia sido desativada por não atender às normas sanitárias.
“Antes eu vendia meu litro de cachaça por R$ 8, hoje vendo por R$ 150. Essa valorização está acontecendo porque estamos dando condições para isso”, disse Zema, referindo-se ao trabalho de desburocratização e apoio técnico feito pelo Estado.
Café de R$ 63 mil a saca
O governador ainda destacou o avanço da cafeicultura de alta qualidade no estado.
“Três anos atrás, em Patrocínio, no Alto Paranaíba, um produtor conseguiu vender um lote especial de café a R$ 63 mil a saca, enquanto o valor normal no mercado era de R$ 400. Isso tem acontecido com frequência e muda até a relação familiar com o campo: os filhos agora querem continuar o trabalho dos pais”, afirmou.
Esse tipo de valorização, segundo Zema, tem sido essencial para manter a sucessão familiar nas pequenas propriedades, combatendo o êxodo rural: “Muitas vezes, o sonho do filho era ir pra cidade, abandonar o campo. Agora, ele vê que pode prosperar onde nasceu.”
Zema também projetou crescimento acelerado em duas áreas ainda emergentes em Minas: vinhos e azeites finos.
“A produção de vinho no estado ainda é pequena, mas tem crescido 30% ao ano nos últimos dez anos. E tudo que cresce 30% ao ano vira gigante em 15 ou 20 anos. E já estamos começando com altíssima qualidade”, pontuou.
O mesmo ocorre com os azeites produzidos na Serra da Mantiqueira, hoje com reconhecimento internacional.
Infraestrutura energética
O avanço do agro mineiro, segundo ele, também depende de estrutura. Por isso, o governo estadual tem investido em energia rural.
“No passado, a falta de energia era uma restrição. Hoje, a Cemig está refazendo 30 mil quilômetros de rede elétrica, permitindo que até o pequeno produtor rural tenha acesso à energia trifásica, o que nunca ocorreu antes”, disse Zema.
Zema afirmou que o estado investirá ainda mais no setor e lembrou ainda a contribuição de Minas para a balança comercial brasileira em 2024.
“O Brasil teve um saldo de US$ 74,5 bilhões. O estado que mais contribuiu foi Minas Gerais, com US$ 5,2 bilhões desse saldo. Tenho certeza que o ano que vem teremos uma virada. O agro merece – e está conquistando – a valorização que sempre buscou”, finalizou.
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